Actualização no mapa da guerra. Quase 30 ucranianos mortos em cerimónia militar, Zelensky reforça condição para falar com Putin.
A Rússia continua a tentar controlar diversas cidades e regiões da Ucrânia, sobretudo no Sul e no Leste do país vizinho.
Kristen Welker partilhou na NBC News que, agora, a Rússia controla cerca de 18% da Ucrânia.
São cerca de 109.000 km2. É o tamanho de Guatemala ou Cuba (o país inteiro). E é mais do que os 92.000 km2 de Portugal.
Além da Crimeia, atacada ainda em 2014, destacam-se as zonas de Kherson, Zaporizhia, Donetsk e Lugansk – todas controladas pelos russos.
Mesmo assim, ao longo dos últimos meses verificou-se uma recuperação de terreno por parte da Ucrânia.
No final de Maio de 2022, a Rússia estava a gerir cerca de 123.000 km2; era pouco mais de 20% da área total da Ucrânia.
Ataque durante cerimónia
Pelo menos 28 militares ucranianos morreram e 53 ficaram feridos num ataque russo na sexta-feira durante uma cerimónia militar na região de Zaporizhia, no leste da Ucrânia, confirmou este domingo fonte militar ucraniana.
A confirmação foi dada pelo “número dois” da 128.ª Brigada de Infantaria, Oleksii Kucherenko, citado pelo portal de notícias ucraniano Inform.
As autoridades ucranianas confirmaram o sucedido apenas depois de ter sido noticiado na imprensa e nas redes sociais.
O caso está a ser investigado, indicou o Ministério da Defesa, que dirigiu as condolências às famílias dos militares falecidos.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que “o mais importante é averiguar a verdade do ocorrido e evitar que este tipo de incidentes se repitam”.
“Não falo com terroristas”
O mesmo Volodymyr Zelensky reforçou que não vai falar com o Governo da Rússia, a menos que Moscovo retire as suas tropas da Ucrânia.
“[Os Estados Unidos da América] sabem que não estou pronto para conversar com terroristas, porque a palavra deles não vale nada”, disse Volodymyr Zelensky à cadeia NBC, comentando relatos de que autoridades dos EUA e da Europa discutiram negociações com o seu Governo para acabar com a guerra com a Rússia.
Um alto comandante ucraniano disse esta semana que os dois exércitos estavam presos numa guerra de atrito e posições.
“De momento, não tenho relações com os russos e eles conhecem a minha posição”, afirmou o chefe de Estado ucraniano, acrescentando que o exército deve primeiro abandonar o território, e “só então o mundo poderá iniciar o processo diplomático”.
O conflito está numa “situação difícil”, mas não num impasse, salientou.
“Na linha de frente não é segredo, não temos defesa aérea“, lembrou.
“É por isso que a Rússia controla os céus. Se eles controlam todos os céus, não poderemos avançar rapidamente – até que tenhamos defesa aérea”, comentou Zelensky.
A linha da frente, com mais de mil quilómetros de extensão, mal se moveu durante quase um ano, apesar da contraofensiva que a Ucrânia tem travado desde junho para tentar libertar os territórios ocupados no Leste e no Sul.
ZAP // Lusa