A Royal Fleet Auxiliary (RFA) do Reino Unido acaba de lançar ao mar um novo e peculiar navio, o Proteus, que tem a missão de monitorizar e proteger a infraestrutura subaquática vital do país.
Lançado a 10 de outubro no Rio Tamisa, o Proteus é o primeiro navio no programa de “Vigilância Oceânica de Múltiplas Funções” do Reino Unido.
Construído na Noruega, a embarcação é uma conversão do MV Topaz Tangaroa, que anteriormente dava suporte a plataformas petrolíferas. A conversão do navio demorou 11 meses e foi concluída em setembro.
Segundo a Popular Science, o navio tem uma missão específica: salvaguardar os oleodutos e cabos de comunicação subaquáticos que ligam o Reino Unido ao resto do mundo — uma tarefa crucial para as ilhas britânicas.
O Proteus comanda uma flotilha de robots subaquáticos, com os quais a RFA espera aumentar a capacidade de detetar operações de sabotagem e poder operar reparações rápidas subaquáticas.
Com 6.600 toneladas de peso, o Proteus tem uma tripulação de 26 membros da Royal Fleet Auxiliary e 60 especialistas da Marinha Real que operam os seus sistemas militares, de vigilância e de reconhecimento.
Uma das suas características mais peculiares do Proteus é o seu enorme convés traseiro plano, que oferecer até 1.000 m2 de espaço de trabalho. Outra característica distintiva é a “moon pool”, uma abertura coberta no convés, que permite o lançamento direto de submarinos para o oceano oceano.
O anúncio da sua viagem inaugural surge numa altura em que há preocupações crescentes relacionadas com operações de sabotagem subaquática, exemplarmente ilustradas pela recente explosão no gasoduto Nord Stream entre a Rússia e a Alemanha.
O ataque ocorreu após a invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022, e causou fugas no gasoduto, sublinhando a vulnerabilidade de tais infraestruturas.
De acordo com o Secretário de Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, o lançamento do Proteus é crucial “num momento em que enfrentamos a invasão ilegal da Ucrânia por Putin”, enfatizando a necessidade de proteger a infraestrutura nacional crítica.
Embora haja poucos detalhes acerca das estratégias operacionais da missão do Proteus, os analistas acreditam que a embarcação possa servir essencialmente como um elemento dissuasor de eventuais operações de sabotagem.
O Proteus tem o nome de um dos filhos do deus do mar grego Poseidon. Destinado a operações em alto mar, é o primeiro de dois navios com os quais o Reino Unido espera combater ameaças subaquáticas emergentes.