O Orçamento de Pedro Nuno seria diferente. “Disparou” para todo o lado

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Patrícia de Melo Moreira / AFP

O primeiro-ministro António Costa com o ministro Pedro Nuno Santos

Antigo ministro defende que se deveria olhar mais para médicos e professores, já que há excedente orçamental.

O Orçamento de Estado para 2024 é muito bom mas, se Pedro Nuno Santos estivesse envolvido, o documento seria diferente.

O antigo ministro das Infraestruturas e da Habitação começou por dizer que o Orçamento é “belíssimo”.

No entanto, as anotações em jeito de críticas sucederam-se: “Obviamente era possível fazer diferente, desde longo cumprir a trajectória de redução da dívida que tinha sido apresentada no Programa de Estabilidade”.

Na SIC Notícias, Pedro Nuno disse que o desvio orçamental de 4.4 mil milhões de euros (estava previsto défice de 0,9% e afinal haverá excedente de 0,9%) deveria “chegar à economia” – mas não chega.

“É uma margem muito importante que poderia ser usada, parcialmente, para resolver problemas na administração pública“, apontou.

E, porque “é fundamental que o Governo consiga fazer as pazes com grupos profissionais que estão em guerra”, o ex-ministro teria dado prioridade aos médicos.

“Tiveram perdas reais do poder de compra superiores a 20% nos últimos anos. Podemos investir na Saúde dignificando a carreira dos médicos”, descreveu.

Também teria dado prioridade aos professores no Orçamento de Estado para o próximo ano: “O Estado tem de perceber que tem de pagar para conseguir atrair e reter professores. O Governo deve procurar repor o que foi congelado em determinado momento”.

“Temos hoje resultados em matéria de receitas fiscais, de produto, que permitem que nós olhemos para os direitos dos professores de maneira diferente da que estamos a olhar”, acrescentou.

Pedro Nuno Santos também apostaria mais no investimento em investigação e desenvolvimento. Seria uma “qualificação da economia”.

Entre outros assuntos, o deputado do PS também falou sobre Carlos Moedas. O presidente da Câmara Municipal de Lisboa disse que PCP e Bloco são “extrema-esquerda racista que apoia organizações terroristas que decapitam bebés”, ao falar sobre o Hamas. Pedro Nuno defende que este ataque deve ser “condenado sem mas”; no entanto, considera que a frase de Moedas é “inaceitável”.

“Disparar” para todo o lado

Nestas declarações sobre o Orçamento de Estado e sobre Carlos Moedas, Pedro Nuno Santos “começou a disparar em todos os futuros adversários possíveis“.

A análise foi de Rui Pedro Antunes, especialista em política na rádio Observador.

Um deles adversários será Fernando Medina, que apresentou o Orçamento de Estado na semana passada.

“Pelo caminho, também quis atingir António Costa, que pode ser um obstáculo para ele”, continuou Rui.

E ainda o presidente da Câmara de Lisboa: “Ninguém lhe perguntou mas falou várias vezes sobre Carlos Moedas, que deve achar que também será adversário dele”.

Rui Pedro Antunes espera que, na Assembleia da República, Pedro Nuno Santos seja “coerente” com o que defende na televisão.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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2 Comments

  1. Este escolinha PS já sabe a cantilena toda… Uma dose de ilusionismo e o Povo cai que nem patinhos. Dava tudo aos médicos e tudo aos profs e o outros ficavam a olhar e a bater palmas, infelizmente o grande problema de Portugal é a qualidade dos nossos políticos.

  2. No caso dos médicos e dos professores não será dar, é devolver o que foi furtado!
    Uma sociedade mais culta e com elevada qualidade na educação e saúde tende a crescer mais e tornar-se mais competitiva a nível internacional.
    É preciso investir muito, também, no crescimento demográfico…

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