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Palestina é como Ucrânia ou Timor: “Tem direito a autodeterminação”

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Luís Forra / LUSA

Mariana Mortágua e Marisa Matias

Coordenadora do Bloco de Esquerda segue opinião de Marisa Matias: a autodeterminação da Palestina “não se negoceia”.

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, defendeu que a Palestina, como acontece com a Ucrânia ou Timor, “tem direito à defesa da sua autodeterminação”, por ser “um direito que não se negoceia”.

“Nós entendemos que a Palestina tem direito à defesa da sua autodeterminação, da mesma forma que a Ucrânia tem direito à defesa da sua autodeterminação quando a Rússia invade o seu espaço, da mesma forma que Timor teve direito à sua autodeterminação, quando a Indonésia invadiu o seu espaço e assassinou civis”, afirmou a dirigente.

Mariana Mortágua comentava, em Paredes, aos jornalistas, o conflito entre o grupo islâmico Hamas e Israel, à margem da visita que realizou a uma creche, naquele concelho do distrito do Porto.

A coordenadora do BE seguiu assim a opinião – que o próprio partido tinha partilhado – da eurodeputada Marisa Matias. Este foi o primeiro comentário público de Mortágua, ou do partido, sobre o assunto.

O Hamas lançou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação “Tempestade al-Aqsa”, com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.

Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que batizou como “Espadas de Ferro”.

Dizendo-se “chocada” e condenando as “atrocidades” que se observam no conflito israelo-palestiniano, nomeadamente os ataques a civis, insistiu que o “direito à autodeterminação não se negoceia”.

“Ele é um princípio e aplica-se à Palestina, como se aplica à Ucrânia”, reforçou.

Para a líder do BE, “não há outra coisa a fazer, a não ser condenar sempre os ataques a civis”.

“Nós condenamos os ataques a civis e condenámos sempre que não nos perguntaram se condenávamos ou não o ataque de Israel a civis palestinianos, crianças assassinadas pelo Estado de Israel, um regime de apartheid, de limpeza étnica, de violência de Estado”, afirmou.

Maria Mortágua defendeu depois que “a paz é o único caminho”, mas notou que “enquanto houver apartheid, enquanto houver um regime que tem uma política de limpeza étnica, de destruição em massa de outro povo, não pode haver paz”.

Questionada sobre o papel que a Organização das Nações Unidas (ONU) pode desempenhar na resolução deste conflito, começou por recordar que a ONU reconhece à Palestina o direito à luta pela autodeterminação, “como reconhece à Ucrânia o direito pela luta e defesa pela autodeterminação”.

“As Nações Unidas também reconhecem as fronteiras da Palestina, que deveriam ter impedido Israel de ocupar, matar, assassinar milhares de inocentes na Palestina. A paz só é possível com o fim da ocupação, o fim do apartheid, que é em si uma ação contra o direito internacional, contra os acordos internacionais, que são violados por Israel há dezenas de anos”, concluiu.

ZAP // Lusa

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5 Comments

  1. Então a Palestina pode começar uma guerra, matar civis e raptar indiscriminadamente?
    Está tudo doido? E o direito de existência de Israel?

  2. Para Mariana Mortágua Israel não tem direito a existir.
    O ataque ocorreu em território israelita que o Hamas considera território ocupado.
    Desde 2007 que Gaza é governada pelo hamas. Na prática é independente.

  3. No que diz hoje respeito a dita “Terra Santa” , que de “Santa” nada demonstra e isso desde os Séculos dos Séculos , o meu bom senso é de não tomar partido por qualquer das duas fações . Nunca houve Paz entre Israel e a Palestina e en particular com este minúsculo Território da faxa de Gaza , ao ponto que estas incessantes hostilidades são praticamente um macabro (desporto Nacional) . Portanto …..continuem esse Fratricídio en Nome do Monoteísmo !

  4. A senhora confundiu o medicamento de certeza. Ela não queria dizer Rússia em vez de Ucrânia e Indonésia em vez de Timor? Está a defender o invasor que matou indiscriminadamente inocentes e a condenar quem foi atacado. Se não for o caso confirma se que não sabe o que diz e vive alienada do mundo a volta dela. Caiu a nível de inteligência do cdu ou apenas mostrou as verdadeiras cores.

  5. A Palestina não é nada como a Ucrânia ou Timor. É mais que incorreto querer colocá-los na mesma categoria, toca o ofensivo. Ucrânia e Timor não atacaram Rússia e Indonésia, não raptaram e assassinaram civis, não albergam terroristas. Manifestam-se agora pela paz junto à embaixada de Israel. Tem havido efetivamente danos colaterais, vítimas civis, mas não faria sentido dirigir algum pedido ao Hamas, a todos os envolvidos. Onde está o Consulado do Hamas (que manda de facto)? É verdade, não tem, porque não é Nação nem é Governo. E quem é que se atreveria a dirigir-se ao Hamas? Pede-se a Israel porque sabemos que é um Estado moderno e portanto há viabilidade nisso. Mas não se pode pedir e exigir apenas a uma parte que faça a sua, e nada ao outro lado. Também não sei o que fazer exatamente como conduzir a ação militar, mas sei que parar agora será um alívio para os terroristas. Até que ataquem novamente. Nas demonstrações ou manifestações só vemos radicais, tudo contra ou tudo a favor, pouca ou nenhuma razoabilidade. Gostava de não ver Cravos misturados com Keffiyehs, tal manipulação da mensagem de Abril agride-me.

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