Pela primeira vez, escolas vão poder fechar em agosto

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Esta quarta-feira, o ministro da Educação esteve reunido com diretores de escolas do norte e centro do país. João Costa anunciou ‘possibilidade’ inédita, mas foi recebido com muitos protestos. Os professores acusam-no de estar de “costas voltadas para as escolas”.

Inédito: este ano, as escolas vão poder fechar uma semana em agosto.

O anúncio foi feito, esta quarta-feira, pelo ministro da Educação, João Costa, à margem da reunião com os diretores de escolas do norte e centro do país, no convento de São Francisco, em Coimbra.

“A possibilidade de as escolas fecharem uma semana, durante o mês de agosto é algo que era pedido pelos diretores há muito tempo”, disse João Costa, ouvido pela TSF.

O ministro da Educação disse que este cenário só é possível porque não há atrasos na preparação do próximo ano letivo, fruto do trabalho “feito a horas”.

“Isto não seria possível se a preparação do ano letivo estivesse atrasada. Só é possível porque temos o trabalho feito a horas, e é por isso que, pela primeira vez, vamos corresponder a esta aspiração dos senhores diretores”, acrescentou.

Quanto ao resultado dos concursos, João Costa garantiu que não há atrasos, apesar de, este ano, as colocações serem conhecidas mais tarde.

“Vamos ter muito em breve as listas definitivas da vinculação e da mobilidade por doença. As colocações finais sairão um bocadinho mais tarde do que nos anos anteriores, porque o concurso começou mais tarde, mas nada que não permita uma abertura do ano letivo feita com tranquilidade”, explicou.

Professores desmentem João Costa

Os professores parecem não estar muito convencidos com as promessas de João Costa e desmentem o ministro da Educação, revelando que há um atraso de cerca de duas semanas na questão dos concursos e na mobilidade por doença.

Isso, lamentou o secretário-geral adjunto da Fenprof, Francisco Gonçalves, citado pelo Jornal de Notícias, “vai implicar para diretores e professores muita pressão no mês de agosto e, para alguns, a impossibilidade de gozar férias“.

Antes da reunião, João Costa foi recebido com protestos por parte da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) e do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP) – acompanhados pelos famosos cartazes do 10 de junho.

Cerca de 100 pessoas dos dois sindicatos demonstraram-se descontentes com o trabalho do ministro e exigiram a demissão.

“É preciso escutar a escola, para que esta luta chegue a bom porto. É preciso que o Governo tenha ouvidos para os profissionais da educação. O ministro está de costas voltadas para as escolas“, disse ao JN, João Rodrigues, do STOP.

João Costa garante, no entanto, que todos os trabalhos do Ministério da Educação resultam de ter “ouvido a contestação dos professores”.

De manhã, em Coimbra, com o norte e centro; à tarde, vai estar em Santarém, para ouvir os diretores das escolas do sul do país. O objetivo é apresentar um conjunto de 20 medidas, para a redução de burocracia nas escola, e o plano de recuperação de aprendizagens para 2024.

“Vamos apresentar o plano de recuperação das aprendizagens para 2024. Era suposto acabar este ano, mas entendemos que era importante prolongar aquelas medidas que, ao longo da monitorização que fomos fazendo, as escolas identificaram como as mais importantes”, explicou o ministro na manhã desta quarta-feira.

ZAP //

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