Entre baixas taxas fixas ou benefícios no spread, há um espécie de regresso ao que acontecia há 20 anos.
A guerra na Ucrânia mexeu com as taxas de juro e as taxas de juro mexeram com o crédito à habitação.
Já tínhamos abordado aqui que há uma “guerra” dos spreads entre os bancos – o spread é o lucro do banco quando concede um empréstimo, é a margem comercial do banco.
De facto, a isenção ou redução de spreads, durante os dois primeiros anos do contrato, é uma das campanhas que os bancos portugueses estão a apresentar em novos empréstimos para a compra da casa. Há muitos spreads abaixo de 1% nesta fase.
Mas a DECO já deixou um aviso: para chegar a esses valores baixos, muitas vezes é preciso pagar por outros produtos, como seguros ou um cartão de crédito. E tudo junto pode tornar o empréstimo mais caro.
E as campanhas não se ficam pelos spreads, destaca neste sábado o jornal Público.
Os bancos estão também a apresentar taxas fixas de curto prazo (dois anos, em alguns casos) com um valor mais baixo. A taxa fixa é um valor determinado no contrato que não depende das Euribor. Depois o empréstimo passa à taxa variável e, aí sim, as percentagens vão mudando. As taxas fixas a longo prazo são mais altas.
Outro incentivo anunciado pelos bancos é o pagamento de todo o processo das transferências de crédito de outras instituições financeiras.
E, numa espécie de regresso ao que acontecia há 20 anos, há bancos a pagar artigos para a casa dos novos clientes.
Mas, no geral, e perante diversas restrições nestes contratos, são poucos os portugueses que estão a assinar os empréstimos com todas estas “borlas” – que podem ser arriscadas, mesmo assim.