Juros recorde não impedem as famílias lusas de comprar casa – mas agora compram casas mais baratas e pedem menos dinheiro à banca.
Os juros no crédito à habitação têm chegado a recordes, desde o início da guerra na Ucrânia.
Isso não tem afastado muitos portugueses de comprar casa – apesar de ter havido menos 20,8% de transações no primeiro trimestre deste ano, comparando com o mesmo período de 2022.
Mas as rotinas mudaram. Agora, os portugueses compram casas mais baratas, pedem menos dinheiro emprestado ao banco e há mais famílias a escolher a taxa mista, revela um relatório do Idealista.
Os dados trimestrais, relativos ao período entre Abril e Junho de 2023, mostram que, em média, uma casa em Portugal custou quase 209 mil euros. É um valor 15% mais baixo do que no segundo trimestre do ano passado: quase 245 mil euros por casa.
O empréstimo cedido pelos bancos desceu 21%: a média é agora 140 mil euros, quando era 175 mil euros há um ano.
Por outro lado, o valor de entrada pago ao banco, no empréstimo da casa, subiu: os bancos cedem financiamentos (que pagam entre 80% e 90% da casa) em 36% dos casos – acontecia em 48% dos casos, no ano passado.
Ainda nos bancos, apesar de a taxa variável continuar a ser a preferida em Portugal, nos novos contratos a taxa mista foi angariando mais adeptos: 25% do total, o dobro do ano anterior.
Em relação à idade, ao longo do segundo trimestre, a grande maioria (81,7%) das pessoas que compraram casa tem entre 25 e 45 anos. Essa percentagem era 60% há um ano. A média é de 38 anos, quando era 40 anos.
Outro número destaca-se: quem pediu empréstimo ao banco para comprar casa e que trabalha na função pública. Eram 3,6% e passaram a 6,7% no último trimestre, quase o dobro.