Moderador do Facebook queixou-se das condições de trabalho. Já não trabalha lá

rishibando / Flickr

Depois de denunciar as condições de trabalho no Bundestag, teve direito a licença e a ir para casa.

Cengiz Haksöz trabalha(va) para o Facebook e para o  , como moderador de conteúdo.

Não é, ou não era, funcionário directo da Meta, empresa dona das duas redes sociais. Estava ligado através de uma empresa prestadora de serviços do Canadá, a Telus International.

Haksöz é um dos cerca de 5 mil moderadores de conteúdo na Alemanha que verificam e separam vídeos proibidos, chocantes, para evitar que essas imagens cheguem aos utilizadores.

No dia 14 de Junho, Haksöz foi ao Bundestag, Parlamento da Alemanha. Foi convidado para falar numa audiência do Comité Digital do Bundestag.

Começou por reforçar a importância do que e os seus colegas de profissão fazem mas, logo a seguir, vieram as denúncias.

“Muitos de nós desenvolvemos doenças mentais, como depressão, insónia ou stress pós-traumático. E recebemos pouco mais do que o salário mínimo nacional (12 euros por hora)”, relatou, citado na revista Der Spiegel.

O moderador revelou que há uma cultura de sigilo e de intimidação no seu emprego. Além disso, alega, há vigilância repressiva e exagerada por parte dos seus superiores.

Foi assinado um manifesto escrito por 300 moderadores de conteúdo. Exigem, entre outros pontos, salários mais altos, prémio de risco e atendimento psicológico adequado.

Entretanto, o sindicato Ver.di anunciou que Cengiz Haksöz já deixou o seu emprego. Pelo menos temporariamente: foi dispensado pela Telus, com licença remunerada, “até novo aviso”.

Também não tem autorização para, em Julho, entrar nas instalações quando decorrer a eleição do próximo conselho de trabalhadores – Haksöz é presidente desse conselho.

A Telus alega que o trabalhador violou os acordos de trabalho com a empresa prestadora de serviços. Foi iniciada uma investigado interna porque as suas “alegações não reflectem a realidade do nosso negócio”.

ZAP //

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