O megalodonte é amplamente considerado extinto, mas há vários rumores de que ele poderá estar escondido algures nas profundezas dos oceanos.
A extinção do megalodonte é um mistério que persiste há muito tempo. Há várias teorias para explicar o seu desaparecimento, desde a perda do habitat até à redução da quantidade de presas.
No ano passado, um estudo sugeriu que ele precisava de competir por alimentos com o grande tubarão-branco. A batalha pela redução da quantidade de baleias e outras presas pode ter levado o megalodonte à extinção, há três milhões de anos. Mas será que assim foi?
Apesar de terem desaparecido do registo fóssil há milhões de anos, persistem os rumores de que estes tubarões gigantescos ainda estão vivos.
O megalodonte podia ser encontrado em mares quentes e rasos de praticamente todo o planeta. Eles tinham cerca de 60 toneladas e aproximadamente 18 metros de comprimento. Tinham grandes dentes serrilhados, que podiam atingir uns incríveis 15 centímetros de altura.
Perante os rumores, Jack Cooper, estudante de doutoramento na Universidade de Swansea, no Reino Unido, passou anos a estudar o megalodonte e, em declarações à Live Science, diz que o predador está definitivamente extinto.
“Qualquer sugestão de que o megalodonte ainda exista em regiões oceânicas inexploradas é um completo disparate baseado em nenhuma evidência credível”, disse Cooper.
Uma das razões para a sua convicção é que a cadeia alimentar seria muito diferente se a espécie ainda estivesse viva.
“O seu desaparecimento teve consequências em cascata. As baleias, uma das suas principais presas, tornaram-se ainda maiores depois da extinção do megalodonte, sem nada para as comer”, acrescentou. “Alguns dos maiores mamíferos marinhos atuais, como a baleia azul, só evoluíram após a extinção do megalodonte. Resumindo, a teia alimentar atual foi parcialmente moldada pela ausência do megalodonte”.
E poderá o megalodonte ainda viver em regiões inexploradas do oceano, como a Fossa das Marianas? À Live Science, Cooper disse que não seriam capazes de sobreviver num ambiente tão inóspito.
Kenshu Shimada, paleobiólogo da Universidade DePaul, em Chicago, que estudou o megalodonte, concordou e disse que os rumores nunca foram comprovados.
Cooper acredita na hipótese de que as alterações climáticas podem ser uma das principais razões para a extinção do megalodonte. Segundo o especialista, a extinção do megalodonte foi em grande parte atribuída a uma redução do nível do mar a partir da época do Plioceno (5,3 a 2,6 milhões de anos atrás) – que levou à perda do habitat.
“Significaria menos área para viverem e menos disponibilidade de alimentos para reporem a enorme quantidade de energia de que necessitavam para justificar os seus enormes tamanhos e estilos de vida predatórios ativos.
Atualmente, o nível do mar continua a ser muito mais baixo do que no Plioceno, pelo que estas condições estão longe de ser ideais para eles”.