A Johnson & Johnson propôs pagar 8,9 mil milhões de dólares (8,1 mil milhões de euros) para pôr fim a todos os processos nos Estados Unidos (EUA) sobre a venda de pó de talco suspeito de causar cancro.
O acordo, que ainda requer a aprovação do tribunal, “vai resolver justa e eficazmente todas as queixas” de que o talco da farmacêutica norte-americana contém amianto e causa cancro nos ovários, disse a empresa, na terça-feira.
A Johnson & Johnson afirmou que o acordo não é uma admissão de culpa, e continua a insistir que o pó de talco “é seguro”, apesar de ter retirado o produto do mercado norte-americano.
A empresa foi acusada de vender pó de talco com propriedades cancerígenas a mulheres negras.
O processo judicial é o mais recente de uma onda de litígios contra a Johnson & Johnson por alegações de que os seus produtos de talco, tais como pó de bebé, têm causado aos utilizadores o desenvolvimento de doenças, incluindo cancro nos ovários e mesotelioma.
O acordo, que pode ser pago por uma filial durante 25 anos, destina-se a “resolver todas as reivindicações atuais e futuras” sobre o pó de talco, de acordo com uma declaração. A empresa disse que mais de 60 mil queixosos tinham concordado com tal resolução.
“A empresa continua a acreditar que estas queixas são infundadas e carecem de mérito científico”, disse um funcionário jurídico da Johnson, citado na declaração. Mas o acordo vai permitir “que os queixosos sejam compensados em tempo útil”, sublinhou.
Em junho de 2021 e depois de anos de litígio, a Johnson & Johnson foi finalmente condenada a pagar 2,1 mil milhões de dólares (1,9 mil milhões de euros) em indemnizações.
Um tribunal de recurso do estado norte-americano de Missouri concluiu que a Johnson & Johnson tinha “vendido conscientemente produtos contendo amianto aos consumidores”, causando “graves problemas físicos, mentais e emocionais”.
Em maio de 2020, e apesar de garantir estar inocente, a Johnson & Johnson anunciou que ia deixar de vender o pó de talco nos Estados Unidos e no Canadá, onde as vendas diminuíram devido à mudança de hábitos e à desconfiança em relação ao produto.
ZAP // Lusa