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Vladimir Putin, presidente da Rússia
Militares bielorrussos começaram a ser treinados na Rússia para usar armas nucleares táticas, informaram os dois países esta terça-feira.
Em março, Vladimir Putin anunciou que iria enviar armas nucleares táticas para a Bielorrússia, país aliado da Rússia que tem servido de porta de entrada dos militares russos para a invasão da Ucrânia.
“A partir de 3 de abril, começaremos a treinar as tripulações, e a 1 de julho, concluiremos a construção de um depósito especial para armas nucleares táticas no território da Bielorrússia”, disse na altura o líder russo.
Esta terça-feira, os dois países anunciaram que os militares bielorrussos começaram a ser treinados na Rússia para usar estas armas nucleares táticas.
“Um sistema de mísseis tático operacional Iskander-M, que permite o uso tanto de mísseis comuns como nucleares, foi entregue às Forças Armadas bielorrussas”, declarou o ministro russo da Defesa, Sergei Shoigu, em comunicado citado pela Agência AFP.
“Os militares bielorrussos estão desde o dia 3 a ser treinados no seu uso, num centro de formação russo”, acrescenta o comunicado.
O Ministério da Defesa da Bielorrússia anunciou, por sua vez, que “os militares destas unidades vão estudar em detalhe questões relacionadas com o conteúdo e com o uso de munições nucleares táticas“.
O anúncio do envio de armas nucleares táticas para a Bielorrússia, a 25 de março, levantou preocupações quer em Kiev que no Ocidente. Putin justifica a decisão com a intenção recentemente anunciada por Londres de enviar munições de urânio empobrecido para a Ucrânia.
Segundo o líder russo, dez aviões já foram equipados na Belarrússia para o uso deste tipo de armas nucleares táticas.
As armas nucleares táticas podem causar danos significativos, mas o seu alcance de destruição é mais limitado do que o das armas nucleares estratégicas.
A semana passada, o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, disse estar pronto para, além das táticas, aceitar armas nucleares estratégicas russas no seu território.
Diversos responsáveis da hierarquia militar russa ameaçaram nos últimos meses usar armas nucleares na Ucrânia, se o conflito se agravar.
Em janeiro, Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia e ex-presidente do país, alertou que uma derrota russa numa guerra convencional na Ucrânia pode desencadear uma guerra nuclear.
Em novembro, responsáveis militares norte-americanos revelaram que generais russos discutiram quando e como Moscovo poderia recorrer ao uso de uma arma nuclear tática na Ucrânia.
