Estávamos em 1965 quando Josephine Michaluk começou a doar sangue. Estamos em 2023… e Josephine continua a doar sangue.
Há muitas pessoas que foram assimilando a ideia de que, a partir de uma certa idade, é proibido doar sangue.
Normalmente pensa-se nos 65 anos, ou por vezes, o suposto limite baixa para 50 anos – talvez por causa dos 50 quilos?
Vamos espreitar as regras oficiais.
Para ser potencial dador de sangue, é preciso ser saudável, ir ao exame médico e responder com sinceridade às perguntas que lhe forem feitas, tomar uma curta refeição.
Também é preciso: pesar pelo menos 50 quilos e ter pelo menos 18 anos de idade.
Isto é o que se lê no portal do Instituto Português do Sante e da Transplantação.
Ou seja, nada se lê sobre limite máximo de idade. Limite mínimo sim, mas máximo não.
Josephine Michaluk tem 80 anos e continua a doar sangue. Estávamos em 1965 quando começou a doar sangue. Estamos em 2023… e Josephine continua a doar sangue.
Doa sangue quatro vezes por ano – devido ao intervalo obrigatório de 3 meses entre cada doação – e, como doa sangue desde os 22 anos, já doou sangue… 203 vezes.
Por isso, entrou no livro oficial dos recordes mundiais do Guinness. É a mulher que doou sangue mais vezes.
“Nunca pensei que teria um recorde. Eu não estava a doar por esse motivo, é uma prática que sempre fiz e pretendo continuar a fazer”, reagiu, em entrevista ao portal Guinness World Records.
A canadiana contou que começou a doar sangue aos 22 anos, quando fez companhia à sua irmã naquele dia, em 1965. “Decidi que iria juntar-me a ela e aquilo foi o início”.
Nunca mais parou. Mesmo octogenária, a sua assiduidade não baixou: quatro doações por ano. Porque não deixam fazer mais.
“Não acho o procedimento doloroso, na verdade nunca achei. Sinto-me com mais energia após cada doação, apesar de ter perdido quase meio litro de sangue”, descreveu.
No Canadá, tal como em Portugal, não há oficialmente limite máximo de idade para doação de sangue. Se a pessoa tiver condições para tal, doa.
Josephine diz que pretende manter a prática enquanto estiver viva.
“Deveria haver muito mais pessoas a doar sangue. Há uma grande procura por sangue para salvar vidas”, apelou.