O champanhe tem-se saído melhor do que o próprio ouro, que é visto como um dos investimentos mais seguros em tempos de crise.
Por muito que os bancos se esforcem para tentar conquistar clientes, a realidade é que ninguém sente que os seus depósitos estão seguros. Basta olhar para aquilo que aconteceu no Silicon Valley Bank, de uma das zonas mais prósperas dos Estados Unidos e indiscutivelmente do mundo.
Muitos procuram alternativas. Janeiro registou uma fuga histórica de dinheiro dos depósitos em bancos, ao mesmo tempo que houve uma subida sem precedentes na subscrição de Certificados de Aforro.
Outros procuram investir em commodities. Este mês, o ouro ultrapassou 2.000 dólares por onça e aproximou-se dos máximos que atingiu em agosto de 2020, de 2.075 dólares. Em sessões recentes, o ouro subiu acentuadamente face à crise bancária desencadeada tanto nos EUA, com o colapso do Silicon Valley Bank, como na Europa, com os problemas no Credit Suisse da Suíça.
O medo de uma crise bancária abalou o mercado de ações e levou os investidores a fugirem para portos seguros, como ouro, dívida e bitcoin.
Por outro lado, o mercado de ações consegue ser instável. O Standard & Poor’s 500 (S&P500), o índice composto por 500 ativos cotados nas bolsas de NYSE ou NASDAQ, caiu 0,23%, depois de três dias de ganhos alimentados por medidas de apoio ao setor bancário.
Agora, o investimento na berra é o champanhe. O mercado esteve em grande em 2021 e 2022, levando os especuladores a apostar na bebida, escreve a Bloomberg.
Por exemplo, de janeiro a setembro de 2022, uma caixa de Chardonnay 2012 Salon Le Mesnil subiu 232%, de 3.800 para 12.600 libras (4.323 para 14,337 euros), de acordo com o Liv-Ex, London International Vintners Exchange.
O índice Liv-Ex Champagne 50, que acompanha o desempenho dos preços dos vintages recentes de uma dúzia de marcas importantes, foi uma estrela em ascensão, superando o ouro, o FTSE e o S&P 500.
Os preços começaram a acalmar no final de novembro passado e caíram no início de 2023. Ainda assim, isto não quer dizer que o champanhe deixou de ser um bom investimento, segundo vários especialistas ouvidos pela rede televisiva especializada em economia.
Para conseguir o maior retorno possível, o ideal é apostar em champanhes vintage mais limitados. Produzidos apenas nos melhores anos, envelhecem mais antes do lançamento e os preços sobem consistentemente com o tempo.
