O nome de Marta Temido ganha cada vez mais força como potencial candidata à Câmara de Lisboa. Mas, para isso, a ex-ministra da Saúde tem de “dar corda aos sapatos” e esperar que o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, não queira ser candidato.
Duarte Cordeiro, líder do PS Lisboa, é “o preferido pela estrutura local” para se candidatar à Câmara de Lisboa nas autárquicas de 2025, apurou o Observador. “Mas ninguém sabe se estará disponível”, avança a mesma publicação que reforça que Marta Temido também surge como hipótese na linha da frente.
A ex-ministra da Saúde tem dado várias entrevistas, nomeadamente em programas da tarde na televisão, a Manuel Luís Goucha e a Júlia Pinheiro. Isso indicia que Marta Temido tem aspirações políticas, como refere o ex-ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, em declarações citadas pelo Observador.
O antecessor de Temido no cargo viu na “mudança de agulha”, com a ex-ministra a elogiar os privados no combate à pandemia depois de os ter criticado durante os confinamentos, uma prova de que “quer viver da política” e de que está apenas a pensar em “interesses políticos pessoais”.
“Capital próprio muito grande”, mas precisa de “dar corda aos sapatos”
Temido tem sido recebida com entusiasmo nos eventos socialistas a que tem ido em Lisboa enquanto presidente da concelhia do PS, um papel que a coloca em destaque na vida política do partido.
E, mesmo que as eleições autárquicas sejam só daqui a dois anos, o seu nome surge como “uma boa hipótese pela posição e notoriedade que tem“, refere ao Observador um alto dirigente socialista. Até porque “tem um capital próprio muito grande”, aponta outro dirigente do PS à publicação.
Por outro lado, Temido tem uma “capacidade de gerar empatia” que já tem sido usada pelo PS em diversos momentos de campanha nas ruas.
Porém, no PS, também se salienta que, para já, Temido “tem de dar corda aos sapatos, como outras e outros”. Até porque Duarte Cordeiro tem a faca e o queijo na mão – “se ele quiser, é ele o candidato”, destaca uma fonte do PS ao Observador.
Contudo, não se sabe se estará disponível para isso, até por via das suas ocupações no Governo.
Um teste a Temido (com estragos menores para o PS)
E, de resto, o próprio PS poderá antes optar por testar Temido, até considerando uma recandidatura de Carlos Moedas. “Se Moedas voltar a ser o candidato do PSD é mais difícil. Estatisticamente quem está no primeiro mandato não perde eleições”, aponta uma fonte do PS no Observador.
Nesse caso, o PS pode apostar em Temido, porque o risco de perda de poder político é menor, mantendo Duarte Cordeiro no Governo.
Certo é que Moedas já olha para ela como potencial rival. “A única coisa que conheço de Marta Temido é o seu papel enquanto ministra da Saúde e o que vemos é que há quase um milhão e meio de portugueses que não tem médico de família“, disse o actual presidente da Câmara de Lisboa, já ao ataque, a propósito de uma eventual candidatura da antiga governante.