Portugal ocupa o terceiro lugar do ranking europeu das emissões médias de dióxido de carbono, pelos veículos ligeiros novos, lista que já liderou, em 2011, segundo um estudo hoje divulgado pela Quercus.
O Estudo da Federação Europeia para os Transportes e Ambiente permite concluir que Portugal tem vindo a perder terreno naquela tabela, ao apresentar um valor de emissões da frota de ligeiros novos de passageiros de 112,2 gramas de dióxido de carbono (CO2) por quilómetro.
Os veículos mais limpos e eficientes estão na Holanda, que lidera a lista, seguida da Grécia.
A associação ambientalista refere que o desempenho ambiental de Portugal se deve ao efeito da crise económica sobre o poder de compra, com reflexo na diminuição das vendas de novos veículos, e à opção dos portugueses por adquirir veículos mais pequenos do que a média europeia e, por isso, mais económicos.
“Na prática, a crise afetou de forma mais significativa as vendas de veículos de classe média e média/baixa, enquanto as vendas de classe média/alta não sofreram tanto impacto, ou seja, veículos com maiores consumos de combustível e mais poluentes”, salienta a Quercus.
Em 2013, Portugal “perdeu o bom desempenho dos anos anteriores (2.º lugar, em 2012, e o 1.º lugar, em 2011) e passou a ocupar a 3.ª posição do ‘ranking’ das emissões médias de CO2 da frota de novos ligeiros de passageiros”, na União Europeia (UE), resume a Quercus, que faz parte da Federação Europeia para os Transportes e Ambiente.
É referido o efeito causado pelos impostos sobre os combustíveis rodoviários, abaixo daquele registado em outros Estados-membros, além de Portugal apresentar a taxa de “dieselização” mais elevada da UE, de quase 80%, em consequência dos incentivos fiscais a beneficiar o gasóleo, em detrimento da gasolina.
O estudo mostra que, em 2013, a média das emissões de CO2 dos novos veículos ligeiros de passageiros na UE foi de 126,8 gramas por quilómetro, uma redução de 4,1% na comparação com o ano anterior, uma tendência que se deve à aposta do fabricantes de automóveis em motores e tecnologias mais limpas.
Destaca também que, no seu conjunto, a UE já cumpre a meta de emissões para 2015, “dois anos antes da data prevista, e está no bom caminho para cumprir a meta de emissões para 2021, contrariando os receios da indústria automóvel”, salienta a Quercus.
A eficácia das políticas nacionais é também abordada nesta análise, sobretudo ao nível da fiscalidade automóvel, para a aquisição de veículos mais eficientes e de baixas emissões poluentes.
Seis países europeus conseguiram obter as maiores reduções das emissões de CO2, relativamente a 2012, acima dos 5%: Holanda, Grécia, Eslovénia, França, Finlândia e Bulgária.
Ao contrário, os piores desempenhos na redução das emissões de CO2 foram a Suécia, a Estónia, a Polónia e Malta, com valores abaixo de 2,5%.
/Lusa