A corrida ao “ouro branco”, o lítio, já começou em Portugal, com o país a ser o sétimo maior produtor mundial. Mas tem capacidade para mais, pois tem as sextas maiores reservas mundiais deste metal e quer ter a primeira refinaria de lítio da Europa.
Em 2021, Portugal produziu 900 toneladas de lítio, o que o transforma no sétimo maior produtor a nível mundial, conforme dados da BP Statistical Review of World Energy citados pelo Jornal de Negócios.
Mas Portugal “é o sexto país do mundo com maiores reservas de lítio, com 60 mil toneladas, em potência”, segundo projecções do Departamento de Geologia dos EUA realçadas pela mesma publicação. Isto significa que pode ainda produzir muito mais.
O chamado “ouro branco” pode ter uma importância estratégia para Portugal, em termos económicos e energéticos.
Nesse sentido, o Governo já lançou o chamado plano do lítio para a avaliação dos impactos ambientais da extracção deste metal.
A questão ambiental promete ser um braço-de-ferro complicado de ultrapassar perante protestos das comunidades locais que contestam a exploração do lítio nas suas regiões.
A Mina do Barroso, em Montalegre, Vila Real, é um dos projectos que tem sido contestado por populares e organizações ambientais. A Galp e a britânica Savannah Resources são as responsáveis por esta mina a céu aberto que deve produzir mais de um milhão de toneladas de minerais por ano, algo que dará para fabricar baterias para 250 a 500 mil carros anualmente.
O Governo prevê ainda fazer a prospecção e pesquisa de lítio em Seixoso-Vieiros (Braga, Porto e Vila Real), Massueime (Guarda) e em quatro zonas de Guarda-Mangualde, entre os distritos de Castelo Branco, Guarda, Viseu e Coimbra.
Primeira refinaria de lítio da Europa em Setúbal
A Galp e a gigante sueca Northvolt também estão a planear construir a primeira refinaria de lítio da Europa, em Setúbal. Este mega-projecto permitirá abastecer a gigafactory da Northvolt que opera no norte da Suécia.
A Northvolt explora a primeira gigafactory da Europa que aguarda o lítio refinado em Portugal para poder concorrer directamente com os players que dominam, actualmente, o mercado – China, Coreia do Sul e Japão que produzem mais de 90% das baterias usadas em todo o mundo.
A empresa sueca tem, sobretudo, clientes da indústria automóvel, nomeadamente a BMW, a Volkswagen e a Volvo.
A principal aplicação do lítio são as componente das baterias dos veículos eléctricos, o que torna o “ouro branco” tão interessante em termos de potencial económico, face aos objectivos de reduzir a dependência dos combustíveis fósseis.
A partir de 2035, os novos carros vendidos na União Europeia não podem produzir emissões de CO2. Assim, a aposta nos eléctricos surge como inevitável.
Fevereiro 2023: Portugal já é o 7°produtor mundial de lítio. Estes comentadores de 2020, sabiam do que falavam. Aposto que todos eles são grandes consumidores deste metal. Mas não querem que se saiba. Ou então, nem sabem…
Mais uma cavalgada do capitalismo selvagem, os donos do lítio são os mesmos do petróleo, o povo continuará pobre e espoliado de eventuais benefícios, o mundo continuará a ser uma colmeia onde todos trabalham para dar lucro aos acionistas