Miguel Gutierrez / EPA
A diferença entre as taxas de juro nos depósitos e nos créditos não é assunto apenas em Portugal.
As taxas de juro têm atingido recordes sucessivos na Europa mas isso só se tem reflectido no momento de banca receber: nos créditos cedidos pelos bancos.
No momento de a banca pagar ao cliente (taxas de juro nos depósitos), não se tem notado diferença.
Embora haja alguns bancos portugueses a tentar conquistar novos clientes através de taxas de juro que chegam aos 5%.
Mas este assunto chega a outros países, como seria expectável.
No Reino Unido, nesta terça-feira, quatro banqueiros estiveram no Parlamento a explicar as baixas taxas de juro nos depósitos – os seus bancos (Barclays, HSBC, Lloyds Banking Group e NatWest) até estarão a aumentar os seus lucros devido à diferença entre os juros de créditos e depósitos.
A taxa para depósitos no banco central é 4% mas, nos depósitos tradicionais, os bancos não pagam mais do que 1% (embora haja outras opções, mais complexas, que paguem mais).
A presidente da comissão parlamentar viu nestes quatro banqueiros o grupo mais bem remunerado de sempre naquele Parlamento, relata o semanário Expresso.
Os banqueiros, tal como cá, responderam que há outras formas mais eficazes de poupança: “As pessoas com dinheiro para poupar não estão a sofrer com a subida do custo de vida”, assegurou Charlie Nunn, do Lloyds Banking Group. E acrescentou que 80% dos cidadãos nem têm poupanças significativas.
No meio dos diálogos, uma deputada do Partido Trabalhista, Angela Eagle, disse directamente aos quatro banqueiros que são “sovinas”, relata o Financial Times.
Em Portugal, ainda nenhum banqueiro foi à Assembleia da República justificar os números dos depósitos. Ainda hoje, quarta-feira, vai ser votado um requerimento do PSD que visa precisamente uma audição nesse contexto.
A taxa de juro no Banco Central Europeu é 2,5% mas o Banco de Portugal apresenta média de juro de 0,35% nos novos depósitos. É o valor mais baixo na Zona Euro.
Mário Centeno, governador do Banco de Portugal (esse sim, já esteve no Parlamento), e sugeriu esperar. Os juros nos depósitos poderão mesmo subir – mas não para já
Boa contribuição para a iliteracia financeira.
Mas a propósito de quê os bancos subiriam os valores pagos pelos depósitos? São instituições de caridade?
As minhas poupanças já foram para os certificados de aforro.
Sugiro que façam igual.
O governo tem margem por causa da inflação por isso não vai falir.
E assim acaba-se a mama deles.
VM : E para amenizar a inflação que aflige o correntista. Ora, se os bancos ganham com os empréstimos dos depósitos portugueses, sem fazer nada a mais que isso, nada mais justo que proporcionar uma divisão do livro auferido. , pois já ganham muito. Por aqui em terras Brasília, impuseram a belíssima taxa de 13,75%. Caridade, meu caro? Ou usurpação?
Não só de economia e financias vive a humanidade, mas de sociabilidade também.