Pouco depois de terem sido conhecidos os novos nomes dos ministros das Infraestruturas e da Habitação, o presidente do PSD, Luís Montenegro acusou o primeiro-ministro de ter perdido a capacidade de recrutamento e pediu a demissão do “peso morto” que diz ser Fernando Medina, ministro das Finanças.
“Ou o Governo muda de vida ou os portugueses exigirão mudar de Governo”, declarou, sublinhando: “António Costa perdeu a capacidade de recrutamento. Estas promoções são ir buscar aparelho ao aparelho. Ninguém sabe que Governo é este”.
O líder social-democrata disse, citado pelo Público, que Fernando Medina “é um peso morto”, que perdeu “a sua autoridade política”. Montenegro indicou que Medina deu provas de “displicência e negligência grosseira” e admitiu que o governante pode estar a mentir acerca do caso da indemnização de Alexandra Reis.
Montenegro defendeu que a administração da TAP deveria apresentar a demissão e admitiu que esse possa ser mais um passo para agarrar o ministro das Finanças. “Se essa é a escapatória para manter o ministro das Finanças é manifestamente insuficiente”, considerou.
Segundo Montenegro, este “foi um ano de brutal instabilidade política” e “é o PS, sozinho, a desmerecer até agora a oportunidade única [de maioria absoluta conquistada nas legislativas de janeiro de 2022]”, criticando as “gaffes e imoralidades” do Governo socialista.
Embora argumente que o PSD respeita a “vontade popular e as regras da democracia” que resultou das eleições legislativas, insistiu nas críticas a Costa, considerando-o “um só responsável” pela crise política.
Mas ainda apontou o dedo aos “acólitos e indisfarçáveis aspirantes” a sucessores do líder socialista, referindo-se ao ministro demissionário Pedro Nuno Santos.
“No momento da maior crise do Governo, o primeiro-ministro desapareceu. Não deu explicações. Vai reaparecer hoje, de braços caídos, a ir ao banco de reservas fazer uma remodelação que em bom rigor nem isso é. Não entra ninguém novo no Governo na altura mais crítica do Governo”, declarou Montenegro.