Vitória para os democratas. Congresso dos EUA divulga seis anos de impostos de Trump

Michael Reynolds / EPA

As declarações de impostos de Donald Trump entre 2015 e 2020 vão ser tornadas públicas, numa decisão da Câmara dos Representantes que surge a par da revelação de que o fisco norte-americano não analisou as suas contas durante dois anos, quando ainda era Presidente dos Estados Unidos (EUA).

Após a votação, os democratas celebram a decisão e os republicanos falam numa decisão grave para o futuro da privacidade dos contribuintes. Segundo o New York Times, a informação que será tornada pública inclui dados das de oito empresas a que Trump está associado e respetivas auditorias.

Além disso, os democratas com assento na Câmara dos Representantes revelaram durante esta sessão que obtiveram provas de que o IRS (o fisco norte-americano, responsável pela recolha de impostos) não analisou as declarações de impostos de Trump durante os dois primeiros anos da sua Presidência (2016 e 2017), apesar de ter uma regra específica que prevê auditorias às contas dos Presidentes em funções.

A agência norte-americana acabou por só lançar a auditoria prevista na lei depois de o democrata Richard-Neal ter pedido os registos dos impostos de Trump em 2019.

O New York Times já tinha noticiado que Trump não pagou impostos em dez dos quinze anos que antecederam a sua Presidência, por ter declarado perdas muito consideráveis, e só ter pago 750 dólares em impostos no ano em que assumiu a Presidência (2016).

As informações agora conhecidas, combinadas com essas, revelam que em 2018 Trump teve um saldo positivo nas suas contas pela primeira vez numa década, depois de ter vendido propriedades e investimentos. Mas em 2020 o saldo terá voltado a ser negativo, isentando o antigo Presidente de pagar impostos nesse ano.

Entre as dúvidas que podem ser esclarecidas destacam-se os empréstimos de Trump aos seus filhos, o que se suspeita ser uma forma de escapar a impostos federais; um benefício fiscal de 21 milhões de dólares recebido em 2016 por se ter comprometido a proteger a floresta que rodeia a sua mansão de Seven Springs, em Nova Iorque; e de que forma beneficiou com a reforma fiscal que fez aprovar no Congresso em 2017.

Trump é alvo de duas investigações criminais do Departamento de Justiça, uma sobre o seu papel na invasão do Capitólio, e outra sobre a retenção de documentos confidenciais na sua mansão na Florida.

Está ainda a ser investigado no estado da Georgia pelo seu envolvimento num esquema para reverter o resultado da eleição de 2016, e é alvo de duas investigações em Nova Iorque centradas nos seus negócios imobiliários.

Num comunicado enviado à CBS News, Trump disse que “os democratas” que controlam o Comité “nunca o deviam ter feito, o Supremo Tribunal nunca devia ter aprovado, e isto vai levar a que coisas horríveis aconteçam a muitas pessoas”.

“As declarações mostram, mais uma vez, que eu sou bem-sucedido e que tenho usado desvalorizações e outras deduções fiscais como incentivos para a criação de milhares de postos de trabalho e de maravilhosas estruturas e empresas”, disse ainda em reação à decisão.

Em comparação, já houve auditorias do atual Presidente, Joe Biden, para os anos fiscais de 2020 e 2021, e um porta-voz do ex-Presidente Barack Obama disse que este foi auditado em cada um dos seus oito anos no cargo.

ZAP //

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