Pela primeira vez, os homens vão poder competir participar nas competições de natação artística nos Jogos Olímpicos, já na próxima edição, na cidade de Paris, em 2024.
Embora o desporto, também conhecido como natação sincronizada, esteja na programa olímpico desde 1984, nunca nenhum homem foi autorizado a participar.
Os homens agora serão elegíveis para competir no evento por equipas. As novas regras vão permitir que, no máximo, dois homens compitam em cada equipa de oito elementos nos Jogos Olímpicos. É esperado um total de dez equipas na competição.
A alteração foi aprovada pelo Comité Olímpico Internacional (COI), segundo um comunicado divulgado pela World Aquatics, a federação internacional de natação.
A notícia chega sete anos depois da primeira participação masculina nos Mundiais, realça a Tribuna Expresso.
“Este anúncio assinala um marco na história da natação artística. A evolução do nosso desporto em direção à inclusão está a avançar rapidamente, e esta decisão do COI e da World Aquatics vai ajudar a tornarmo-nos um exemplo para todo o movimento olímpico”, disse o italiano Giorgio Minisini, medalha de ouro nos Mundiais.
“Como um dos desportos mais populares nos Jogos, estamos prontos para partilhar o lema olímpico em todo o mundo mais alto do que nunca: ‘Mais rápido, mais alto, mais forte – Juntos'”, acrescentou, citado pela World Aquatics.
O presidente da World Aquatics, Husain Al-Musallam, também se mostra feliz com a notícias da inclusão dos homens nos Jogos Olímpicos.
“Os desportos aquáticos são universais e os homens provaram ser excelentes nadadores artísticos. Estou ansioso para ver esta nova dimensão da natação artística a ser partilhada com o mundo em Paris. A inclusão de homens na natação artística é um grande mérito para todos aqueles que trabalharam por muitos anos para que isso acontecesse”, disse Al-Musallam.
Bill May, o primeiro campeão mundial masculino de sempre, fala na realização de um sonho que parecia impossível.
“A inclusão de homens foi em tempos considerada o sonho impossível. Isto prova que todos nós devemos sonhar em grande. Os atletas masculinos resistiram. Agora, através da sua perseverança e da ajuda e apoio de tantos, todos os atletas podem ficar ao lado uns dos outros de forma igual, alcançando a glória olímpica”, atirou o norte-americano.
Nem todos estão contentes com a decisão, principalmente as mulheres que praticam o desporto ao mais alto nível.
“A minha atitude em relação à natação sincronizada masculina é muito negativa”, disse Anastasia Ermakova, quatro vezes campeã olímpica. “Sou categoricamente contra os homens no nosso desporto”, disse Svetlana Romashina, tricampeã olímpica.
A antiga campeã mundial russa Varvara Subbotina disse também que a “estética” das pernas dos homens significava que era melhor que a modalidade fosse exclusivamente feminina.