Os oitavos-de-final do Mundial 2022 já arrancaram e começaram com um grande espectáculo.
Quatro golos, incerteza no marcador e no final quem viajou até aos “quartos” foram os Países Baixos, que derrotaram os EUA por 3-1. Os autores dos golos no duelo no Estádio Khalifa International foram Depay, Blind, Dumfries e Haji Wright. O próximo adversário da “laranja” neerlandesa saíra do confronto entre Argentina e Austrália.
Países Baixos foram pragmáticos e eficientes
O futebol eléctrico, de pressão constante dos “yankees”, ditou o ritmo no arranque da partida. A ocasião mais flagrante pertenceu a Pulisic aos três minutos, mas no “face to face” com Noppert viu o guardião neerlandês deter a bola com a perna esquerda. Com pezinhos de lã, a “laranja mecânica” fez jus à alcunha e orquestrou um dos lances colectivos mais notáveis deste Mundial 2022.
Decorria o minuto 10 quando De Jong, ainda no interior da área, começou a desenhar a jogada, que percorreu todo o terreno, passou por quase todos os jogadores e culminou com a finalização de Depay, desde a marca dos 11 metros, após assistência de Dumfries. O avançado, que se estreou a marcar na prova, ultrapassou Huntelaar e isolou-se como segundo melhor marcador de sempre da selecção dos Países Baixos com 43 “tiros” certeiros.
A vantagem galvanizou os comandados de Van Gaal, que tomaram conta do encontro e foram gerindo os ritmos com mestria, e os EUA – pela primeira vez em desvantagem nesta edição do Mundial – apenas em cima do intervalo conseguiram ludibriar o “colete de forças” contrário com uma “bomba” desferida por Weah que Noppert defendeu como conseguiu. Dest tentou furar a mancha “laranja” e quase foi feliz.
De novo, repetiu-se o cenário do 1-0: com os norte-americanos a mandar, os Países Baixos voltaram a puxar o reportório colectivo – uma espécie de cópia perfeita –, Dumfries assistiu e desta feita Blind ampliou a vantagem com um remate indefensável. O ala esquerdo era o melhor neste período com dois remates, um golo, cinco recuperações de posse, três desarmes.
A emoção duplicou na etapa complementar, com os lances de perigo a sucederem-se a uma velocidade furiosa nas duas áreas, foram diversas as ocasiões, mas os golos voltaram a surgir apenas na recta final.
O “suplente” Haji Wright reduziu a desvantagem, segundos depois o avançado rondou o empate, na resposta Bergwijn isolou-se, mas atirou ao lado. Fase de completa loucura onde tudo poderia acontecer… e aconteceu: Blind cruzou com precisão e Dumfries, sem marcação na zona do segundo poste, rematou com o pé esquerdo e carimbou o 3-1.
Desde o Mundial 2006, frente a Portugal, na “batalha de Nuremberga”, que os neerlandeses não perdem nos oitavos-de-final de um campeonato do Mundo. Já os “yankees” – que tinham apenas consentido um golo na fase de grupos – voltam a cair nesta fase da competição e não alcançaram a etapa dos quartos-de-final, à qual tinham chegado em 2002, ou das meias-finais, que alcançaram na primeira edição do Mundial, em 1930.
Melhor em Campo: Daley Blind
O experiente ala fez uma ótima exibição e foi preponderante no êxito dos Países Baixos com um golo, uma assistência que dissipou as dúvidas, três ações com a bola na área contrária, duas ações defensivas no meio-campo adversário, sete desarmes (recorde no jogo) e dois alívios.
Destaques dos Países Baixos
Dumfries 7.7 – Esteve em todas e, não fosse Blind, teria sido o melhor entre todos neste jogo. Supersónico, aproveitou a cobertura de Timber para subir no terreno e espalhar veneno com duas assistências, um golo, quatro passes progressivos, três intercepções, dois alívios e dois passes/cruzamentos bloqueados. O ala do Inter apenas não teve uma nota ainda mais alta por causa das 28 vezes em que perdeu a posse, dos dois desarmes que sofreu e dos três maus controlos de bola que acumulou.
Memphis Depay 7.3 – Se estiver fisicamente operacional é um bálsamo para Van Gaal, que imprime técnica, velocidade e criatividade às operações atacantes da seleção. Em 78 minutos, o dianteiro colecionou um golo, um total de quatro remates, quatro passes progressivos e cinco ações com a bola na área norte-americana.
Destaques dos Estados Unidos
Zimmerman 7.0 – Foi o melhor dos EUA com dez recuperações de posse, dois desarmes, três intercepções e quatro alívios.
Haji Wright 6.8 – Em apenas 26 minutos mexeu com o ataque e deu outras dores de cabeça a Van Dijk e companhia. Foi responsável por dois remates, um golo, uma ocasião flagrante desperdiçada e não falhou nenhum dos oito passes que fez.
// GoalPoint