Quase metade de todo o sistema energético ucraniano estará inoperacional

STR / EPA

O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, afirmou esta sexta-feira que cerca de metade do sistema energético do país está inoperacional na sequência dos ataques russos contra esta decisiva infraestrutura do país.

“Infelizmente, a Rússia prossegue os seus ataques com mísseis contra a infraestrutura civil essencial da Ucrânia, combatendo contra a sua população civil e privando-a de luz, água, aquecimento e comunicações durante o inverno”, disse Shmyhal em Kiev num encontro com Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão Europeia.

“Só no dia 15 de novembro, a Rússia disparou cerca de 100 mísseis contra cidades ucranianas. Quase metade do nosso sistema energético está fora de serviço”, acrescentou.

Shmyhal sublinhou que, nestas condições, a Ucrânia necessita de mais apoio por parte dos aliados europeus nas áreas energética e financeira, através do fornecimento de equipamento e de recursos para garantir o fornecimento de gás e reforçar o setor da energia.

Cerca de 40% das infraestruturas energéticas foram danificadas em outubro no decurso da primeira vaga de ataques com mísseis russos, indicam os dados das autoridades ucranianas.

Na noite de quinta-feira, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou que mais de dez milhões de pessoas estão sem eletricidade, em particular nas regiões de Vynnitsia, Odessa, Sumy e Kiev, onde está a ser “feito o possível” para normalizar a situação.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.557 civis mortos e 10.074 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Lusa //

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