Herança multimilionária de Tomé Feteira está desaparecida

Os herdeiros de Lúcio Tomé Feteira ainda não conseguiram localizar toda a sua alegada fortuna, duas décadas depois da sua morte.

O antigo gestor da conta bancária de Tomé Feteira, na Suíça, disse em tribunal que a fortuna do empresário estava estimada entre 800 e 1.000 milhões de euros.

O Correio da Manhã escreve que Michel Canals começou a ser gestor de conta do empresário, no banco suíço UBS, em 1998. Na altura, deslocou-se a Portugal e conheceu Tomé Feteira, assim como Rosalina Ribeiro, ex-secretária e antiga companheira de Tomé Feteira.

“A fortuna do Sr. Tomé estava estimada entre 800 e 1000 milhões [de euros]”, disse Canals em tribunal.

Quem tem uma estimativa muito diferente é António Marques, ex-conhecido do empresário e da filha. Segundo o Correio da Manhã, este disse que o património de Tomé Feteira valeria cerca de 40 milhões de euros.

António Marques chegou a ser indicado para curador da herança de Tomé Feteira e teve acesso às relações de bens da herança.

“A sua fortuna ascenderia a 35/40 milhões de euros”, disse, em tribunal.

Duas versões completamente diferentes que destoam também do processo de insolvência pessoal de Duarte Lima, do qual a herança do empresário é credora. A relação de bens da herança de Tomé Feteira apresentado pelo antigo deputado social-democrata era de um valor na ordem de 18,4 milhões de euros.

Em 2007, a herança de Tomé Feteira interpôs em Portugal um processo cível contra Rosalina Ribeiro, alegando apropriação indevida de parte dos bens do empresário. Rosalina terá transferido para contas pessoais o dinheiro que estava em contas conjuntas com Tomé Feteira.

Rosalina fez cinco transferências bancárias para duas contas de Duarte Lima, na UBS, entre março e maio de 2001: nas três primeiras, foram transferidos mais de 3,7 milhões de euros.

A herança de Tomé Feteira reclama a Duarte Lima a verba que Rosalina transferiu para o ex-deputado, 5,24 milhões de euros, mais juros, totalizando 8,5 milhões de euros.