Nova incompatibilidade no Governo. Marido de ministra da Ciência recebeu apoios do Estado

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Miguel A. Lopes / Lusa

Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato

A empresa do marido da ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, recebeu um apoio do Estado.

A notícia avançada pela revista Sábado dá conta que a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), tutelada pela ministra, aprovou fundos para o projeto da associação do marido Rodrigo Martins. A FCT apoiou a Almascience, administrada por Rodrigo Martins, com 56.275 euros.

De acordo com fonte oficial do gabinete da ministra, “não existe qualquer impedimento no exercício da superintendência e tutela para com aquele instituto”.

O presidente da Transparência e Integridade, Nuno Cunha Rolo, explica que a lei é “omissa” quanto a empresas de governantes ou familiares receberem fundos europeus.

No entanto, o vice-presidente da Frente Cívica, João Paulo Batalha, argumenta que neste caso “há um conflito de interesses, nem que seja aparente”.

A polémica em torno de Elvira Fortunato não se fica por aqui. Segundo a SIC, a ministra é sócia de outra empresa que é uma spin-off da Universidade Nova, onde o seu marido é investigador: a NTPE Lda.

O gabinete do Ministério garante que Elvira Fortunato saiu da empresa “a 18 de março de 2022, antes de tomar posse” como ministra. No entanto, a governante mantém a quota de 15% na empresa, segundo o registo no Portal da Justiça, assim como o marido.

Os casos de incompatibilidades no Governo continuam a surgir em catadupa. Tudo começou no passado mês, quando foi revelado que duas empresas detidas parcialmente pelo marido da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, beneficiaram de centenas de milhares de euros em fundos comunitários.

A ministra, que tutela as entidades responsáveis pela gestão destes fundos, tem estado debaixo de fogo, embora negue qualquer incompatibilidade.

Além disso, noticiava-se que três semanas depois de ter tomado posse, o Ministro da Saúde ainda era gerente de uma empresa na área da saúde. Manuel Pizarro disse estar “ciente” da incompatibilidade do seu cargo no Governo com a gestão de uma empresa na área da saúde, salientando já ter iniciado “o processo de dissolução da mesma”.

Depois, soube-se que uma empresa detida em conjunto por Pedro Nuno Santos, o ministro das Infraestruturas, e pelo seu pai, fez um contrato por ajuste direto com o Estado.

Mais recentemente, outros dois casos. O marido da secretária de Estado das Pescas, proprietário de uma empresa que nos últimos meses celebrou contratos por ajuste direto com entidades públicas, e a mulher do secretário de Estado da Conservação da Natureza e Floresta, com participação de 55% numa empresa que celebrou sete contratos com o Estado desde 2019.

Daniel Costa, ZAP //

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11 Comments

    • Tem toda a razão
      Começando pelo honesto Cavaco Silva que nunca tem dúvidas e nunca se engana.
      Por isso fez o negócio com o BPN- Casa da Coelha, Obras na casa de Lisboa sem factura para não pagar IVA, Afirmar que o BES era um Banco sólido em que os Portugueses podiam confiar, em que as reformas não lhe chegam para viver enfim e muito mas havia para dizer

      • Desses assuntos o mestre ressabiado de Boliqueime nunca fala.
        De vez em quando sai da toca qual coelho acossado por furão.
        E diz ele que têm de nascer 10 vezes para serem mais sérios do que ele!
        Como diz o outro: arre punhais que é demais!

  1. Penso que não estão a tentar legalizar nada, mas sim a querer que o escrutínio seja feito a todos os Politicos de todas as áreas
    È ouvir a D. Catarina Martins e depois o que faz:
    Recebe fundos comunitários quando é contra a Europa. Faz despedimentos quando diz ser contra e apoiar os trabalhadores. A Deputada Mortágua estava a receber como se tivesse em exclusividade e afinal andava a ganhar cá fora nas televisões Enfim muito mais havia a dizer

  2. Mas alguém acredita nestes politicos ? e o Marcelo CMTV deixa andar, assobia para o lado, tira selfies, viaja para todo o lado e está-se bem, “no pasa nada”. Não sei se é ilegal ou não o que sucedeu aqui neste caso, mas começam a ser demasiadas situações no minimo dúbias, quem sabe seja tudo legal, baseado em pareceres emitidos por x ou y. Nestas alturas recordo-me do Badaró: ó abreu dá cá o meu… e siga a dança que o povo quer é festança.

  3. Não há problema algum. Esse conceito de ocupar um Cargo público, não é para servir a Nação, é para se servir do cargo.
    Não se admirem, é assim, quanto mais, melhor!
    Ainda há quem critique?
    Dizem tão mal das oligarquias e… vamos vivendo com os nossos oligarcas. A maioria dos portugueses gosta, só falam por inveja.

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