Mundo em risco de “apocalipse”. Biden admite reunir-se com Putin na cimeira do G20

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gageskidmore / Flickr

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden

O presidente dos EUA, Joe Biden, admitiu, esta quinta-feira, que pode reunir-se com o seu homólogo da Federação Russa, Vladimir Putin, durante a cimeira do Grupo dos 20 (G20), em novembro, na ilha indonésia de Bali.

“Isso está para se ver”, disse a jornalistas, depois de interrogado sobre a possibilidade de um contacto direto com Putin durante a cimeira.

A Casa Branca declarara antes que tal encontro não seria impossível. Mas as viagens dos dois presidentes continuam por confirmar.

O governo dos EUA tinha adiantado que, se Vladimir Putin participasse no G20, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, também deveria participar, mesmo que o seu país não integre o grupo.

Por outro lado, Joe Biden declarou-se “seguro” de ter uma reunião com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, se este se deslocar a Bali.

Não é certo que Putin e Jinping estejam presentes. A invasão da Ucrânia isolou a Federação Russa e o dirigente chinês tem limitado as suas deslocações ao estrangeiro por causa da pandemia do novo coronavírus.

Em agosto, o presidente indonésio, Joko Widodo, afirmou à Bloomberg que Putin e Jinping assistiram ao G20.

O Presidente dos Estados Unidos já disse em entrevista que Vladimir Putin não deveria usar armas químicas ou nucleares no conflito com a Ucrânia.

“Não, não, não o faça. Irá mudar a face da guerra como nunca antes desde a Segunda Guerra Mundial”, respondeu Biden quando questionado pelo jornalista sobre a possibilidade de Putin usar armas nucleares, numa entrevista ao programa “60 Minutos”, da CBS, citado pelo Público.

Biden acusou Putin de ser um “criminoso de guerra” em março deste ano, recusando pedir desculpa e afirmando que expressou apenas uma “indignação moral“.

“Vida a todos [os russos] que desistam de lutar”

“Garantimos vida, segurança e justiça a todos [os russos] que desistam de lutar imediatamente”, afirmou o ministro da Defesa ucraniano, Oleksiy Reznikov, num discurso em vídeo dirigido às forças armadas russas.

Ainda se pode salvar a Rússia da tragédia e o exército russo da humilhação”, acrescentou ainda o governante.

Volodymyr Zelenskyy garante que a Ucrânia já recuperou 500 quilómetros quadrados de território na região de Kherson, como resultado da contra-ofensiva que tem obrigado as forças russas a recuarem.

O Presidente ucraniano também destacou os “sucessos” no leste do país, acrescentando que acredita que estes se irão estender à região de Zaporijia.

O exército ucraniano também recuperou a maior parte da região de Kharkiv, no Nordeste, e está agora na ofensiva no leste, onde recentemente recapturou o nó ferroviário de Lyman, e no sul, onde pretende recuperar a cidade de Kherson.

Para além de Kherson, foram anexadas pela Rússia as regiões de Donetsk, Lugansk e Zaporijia, onde se situa a maior central nuclear da Europa.

Oleh Synyehubov, governador de Kharkiv, escreveu no Telegram que, nas últimas 24 horas, oito pessoas foram hospitalizadas na região, como resultado de bombardeamentos russos.

O governador voltou a alertar os moradores sobre os riscos, dizendo que “os campos minados deixados pelo inimigo são enormes”. Estas as alegações, acrescenta hoje o The Guardian, não foram verificadas de forma independente.

Mundo em risco de “apocalipse”

Biden alertou esta quinta-feira que a ameaça russa de utilizar armas nucleares no conflito da Ucrânia coloca o mundo em risco de um “apocalipse”.

“Não enfrentamos a perspetiva de um apocalipse desde [ex-Presidente John F.] Kennedy e a crise dos mísseis cubanos” em 1962, afirmou, numa angariação de fundos em Nova Iorque, onde disse que o homólogo russo, Vladimir Putin, “não estava a brincar” quando fez as ameaças.

Há meses que responsáveis norte-americanos alertam para a perspetiva de a Rússia poder utilizar armas de destruição maciça na Ucrânia, após uma série de reveses estratégicos no campo de batalha.

No entanto, ainda esta semana disseram não ter visto qualquer mudança nas forças nucleares russas que exigisse uma mudança na postura de alerta das forças nucleares dos EUA.

“Não vimos qualquer razão para ajustar a nossa própria postura nuclear estratégica, nem temos indicação de que a Rússia se está a preparar para utilizar iminentemente armas nucleares”, disse na terça-feira a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.

Esta quinta-feira, Biden disse que ainda estava “a tentar descobrir” a “rampa de saída” do Presidente da Rússia na Ucrânia.

“Onde é que ele vai encontrar uma saída? (…) Como é que ele se encontra numa posição em que não só perde a face como perde poder significativo dentro da Rússia?”, perguntou Biden.

Putin aludiu repetidamente à utilização do vasto arsenal nuclear, incluindo no mês passado, quando anunciou os planos de mobilização parcial.

“Quero lembrar-vos que o nosso país também tem vários meios de destruição (…) e quando a integridade territorial do nosso país for ameaçada, para proteger a Rússia e o nosso povo, usaremos certamente todos os meios à nossa disposição”, disse Putin a 21 de setembro, acrescentando, com um olhar prolongado para a câmara: “Isto não é um ‘bluff'”.

O conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse na semana passada que os EUA têm sido “claros” para a Rússia sobre quais seriam as “consequências” da utilização de uma arma nuclear na Ucrânia.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que Putin compreendeu que o “mundo nunca perdoará” um ataque nuclear russo.

“Ele compreende que, após o uso de armas nucleares, não seria mais capaz de preservar, por assim dizer, a sua vida, e estou confiante nisso”, afirmou.

Líderes da CPE isolam Rússia

A Comunidade Política Europeia (CPE) reuniu-se esta quinta-feira em Praga, e voltará a encontrar-se, dentro de meio ano, na República da Moldova.

O Presidente francês assumiu o protagonismo e a própria vitória de reunir 44 países europeus na mesma cidade, apesar da divergências. De Praga sai “uma mensagem de unidade”, que deixa claro que todos condenam a invasão russa da Ucrânia, “desfazendo as dúvidas” dos que achavam que a Europa estava dividida.

Aos 27 da UE juntaram-se 17 países. A “foto de família” tirada durante a tarde é um retrato de um continente sem a Rússia (e a Bielorrússia) e ao lado da Ucrânia.

A Comunidade Política Europeia espera ajudar a restaurar a paz na Europa: “todos juntos temos de agir para que a fórmula da guerra seja completamente bloqueada, e a fórmula da paz seja completamente realizada”, avança o Expresso.

A Alemanha relembra a sua posição, de que não será aceite qualquer “anexação de uma parte de um país vizinho” e Macron garante que o apoio “financeiro, humanitário e militar” a Kiev é para continuar, empurrando para esta sexta os detalhes do apoio.

Alice Carqueja, ZAP //

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15 Comments

  1. «O conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse na semana passada que os EUA têm sido “claros” para a Rússia sobre quais seriam as “consequências” da utilização de uma arma nuclear na Ucrânia»

    Quais são as “consequências”?? Tau-tau no rabinho??

    Palpita-me que este retrocesso da Rússia na Ucrânia pode ser, pelo menos, ‘semi-planeado’. O Putin está a retirar o seu pessoal da Ucrânia à pressa para depois estar livre para utilizar o tipo de arma que lhe der na gana.

    Palpita-me ainda que, se o fizer, o mundo vai continuar como até agora: A olhar meio embasbacado sem fazer absolutamente nada digno de nota!

    • Tu andas muito distraído… Deves ser mesmo a pessoa mais distraída deste mundo. Alguém que faça um desenho a este homem, que bem precisa.

  2. Tão confiantes que estamos em relação aos nossos “amigos”, convém talvez não esquecer primeira“apocalipse”. que a humanidade presenciou , Hiroshina e Nagasaki:
    Hiroshina mais de 70.000 mortos
    Nagasaki mais de 40.000
    Os nossos “amigos” são tão perigosos como os nossos inimigos!

    • Mais uma lerda que tem alguma dificuldade em compreender a história. Se não fossem as bombas de Hiroshina e Nagasaki iriam morrer muito mais pessoas. Os japoneses não se rendiam. Suicidavam-se em combate. Imagine a quantidade de mortos que teria de haver para capitularem! Enfim, fale do que sabe, se é que sabe de alguma coisa. De história não é certamente.

      • Por essa lógica também é possível concluir que se os Russos usarem bombas ‘antónias’ para acelerar a vitória deles, irão poupar muito mais vidas do que as que se irão perder em caso de guerra prolongada.

        Não me lembro da situação MAD ter mudado desde aquele dia em que o Sr. Kruschev bateu com o sapato no púlpito da assembleia geral das Nações Unidas.
        Mas, se alguém souber de alguma coisa…faça favor de ‘partilhar’.

        • Provavelmente tem razão. Se os Russos usarem bombas antónias provavelmente pouparão muitas vidas de soldados Russos.
          Uma vez mais, procure falar do que percebe. De história demonstrou bem que nada sabe. Mostre lá o Krushev a bater com o sapato no púlpito. Fico à espera. Fale do que sabe e não do que ouviu falar.

          • Cada um acredita no que quer, para si os americanos são os salvadores da humanidade – com tantas atrocidades que já cometeram. Tudo em prol da defesa do bem comum…

            É com cada tótó… realmente tem razão, estavam bem era na idade mérdia

          • Pois estás… na idade média… mas não precisas de continuar. Podes deixar de ser uma bruta, coitadinha analfabeta. Se gostares desses tempos, podes sempre ir para realidades próximas como o Irão. Lá devem tratar-te bem. Esses é que devem ser os teus salvadores. Provavelmente, na tua cabeça oca, tudo o que se passa por lá é mais uma grande mentira do Ocidente. Olha… tem juízo e toma a medicação a horas. Sempre te poupas a estas figuras.

    • Sejam os nos nossos ” inimigos”, sejam os nossos “amigos” a originar a “apocalipse” os nossos “amigos americanos” estarão a salvo lá no seu continente. Pelo menos assim o pensam!

  3. Tão confiantes que estamos em relação aos nossos “amigos”, convém talvez não esquecer, Hiroshina e Nagasaki:
    Hiroshina mais de 70.000 mortos
    Nagasaki mais de 40.000
    A primeira “apocalipse” que a humanidade presenciou.
    Os nossos “amigos” são tão perigosos como os nossos inimigos!

  4. Esse Biden que desapareça. Tem a mania que põe e dispõe e vão os vassalos todos atraz sem perceber o que andam a fazer. Tá tudo a dormir? Esse idiota provoca e insulta o Putin e pensa que vai ter conversa? Ridiculo e os lideres da Europa mais ridiculos são e eu sou europeu.

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