“Ele é um carniceiro”. Biden recusa pedir desculpa pelas declarações sobre Putin

4

gageskidmore / Flickr

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden

Joe Biden referiu que não está preocupado com o facto de os seus comentários no sábado, durante uma viagem à Polónia, aumentarem as tensões no conflito na Ucrânia.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recusou esta segunda-feira pedir desculpa por ter pedido a saída do poder do seu homólogo russo, Vladimir Putin, defendendo que expressou uma “indignação moral” e não uma “mudança política”.

“Eu estava a expressar a indignação moral que sentia em relação a essa pessoa. Não articulei uma mudança política”, referiu.

Joe Biden acrescentou ainda que não está preocupado com o facto de as declarações que proferiu no sábado durante uma viagem à Polónia aumentarem as tensões no conflito na Ucrânia, segundo o Diário de Notícias.

“Estas [declarações] são apenas o afirmar de um simples facto, que este tipo de comportamento é totalmente inaceitável“, acrescentou o Presidente dos EUA, durante um evento na Casa Branca.

As declarações sobre Putin aconteceram durante a viagem à Europa, no final da semana passada, e foram ditas em Varsóvia, onde Biden defendeu a união das democracias para uma longa luta global contra a autocracia.

Ao ser questionado por jornalistas na Polónia sobre o que pensava acerca de Vladimir Putin, face ao que o Presidente russo fazia sofrer os ucranianos, Joe Biden respondeu: “Ele é um carniceiro”.

Não foi a primeira vez que Biden usou palavras duras em relação a Putin, considerado o principal responsável pela invasão russa da Ucrânia, que já causou milhares de mortes. Nos últimos dias, o Presidente norte-americano designou-o, por duas vezes, como “criminoso de guerra”.

Ainda durante a visita oficial à Polónia, no flanco oriental da NATO, Biden declarou: “Quando vemos uma mulher de 30 anos em frente a um tanque com uma espingarda (…), se falamos da praça Tiananmen [na China, em 1989], isto é a praça Tiananmen em maior escala”.

Joe Biden elogiou o povo ucraniano, sublinhando a sua “coragem e resistência”, ao falar em Rzeszow, no sul da Polónia, a 80 quilómetros da fronteira com a Ucrânia, onde se tinha deslocado no primeiro dia da sua visita à Polónia para ver com “os próprios olhos” a destruição causada pela invasão russa da Ucrânia.

As palavras de Biden na Europa causaram polémica nos Estados Unidos e abalaram alguns aliados europeus.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, reagiu esta segunda-feira, defendendo que o mundo precisa de “uma desescalada militar e retórica“.

Também o Presidente de França, Emmanuel Macron, alertou, no domingo, contra uma “escalada das palavras e das ações na Ucrânia”, após as declarações do Presidente norte-americano.

Eu não usaria esse tipo de linguagem porque continuo a falar com o Presidente Putin”, declarou Macron ao canal de televisão France 3.

Já o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, tem reagido às palavras de Biden, apesar de se encontrar agora numa viagem pelo Médio Oriente, onde pretende solidificar parcerias dos EUA, enquanto está perto de reativar o acordo nuclear com o Irão.

Durante uma conferência de imprensa em Jerusalém, Blinken referiu que Biden pretendeu dizer que “Putin não pode ter poder para fazer guerra ou se envolver em agressão contra a Ucrânia ou qualquer outro [país]”.

Dentro de portas, embora a Casa Branca tenha insistido que Biden não pediu uma mudança de regime, os republicanos questionaram a razão pela qual o líder dos EUA decidiu deixar o ‘guião’ e proferir declarações inflamáveis.

A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.151 civis, incluindo 103 crianças, e feriu 1.824, entre os quais 133 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 3,8 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos.

A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

ZAP //

4 Comments

  1. Biden é outro carniceiro um dos mandantes do bombardeio à cidade de Belgrado na ex Jugoslávia e que causou mais de 3 mil mortos civis e 12 mil feridos. Os sérvios não podem com esse mentiroso.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.