Impacto dos asteroides atingiu a Terra, fez ricochete na Lua, e voltou à Terra

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Scientific Visualization Studio/ NASA

Um novo estudo também descobriu que os grandes eventos de impacto na Terra não eram eventos isolados, mas sim acompanhados por uma série de impactos de menor dimensão.

Estas descobertas lançaram uma nova luz sobre a dinâmica dos asteroides no sistema solar interno, incluindo a probabilidade de asteroides potencialmente destruidores atingirem a Terra, segundo noticia a Sci Tech Daily.

Liderada pela Universidade de Curtin, a equipa internacional de investigação estudou esferas de vidro microscópicas com até dois mil milhões de anos, que foram descobertas em solo lunar trazido de volta à Terra em dezembro de 2020, como parte da missão lunar Chang’e-5 da Agência Espacial Nacional chinesa.

Com o calor e a pressão do impacto dos meteoritos, foram criadas esferas de vidro. Através da sua distribuição etária, que deverá mostrar os impactos, foi revelada uma linha temporal de bombardeamentos, lê-se no estudo, publicado a 28 de setembro na Science Advances.

Segundo o autor principal Alexander Nemchin, do Centro de Ciência e Tecnologia Espacial da Universidade de Curtin (SSTC), os resultados sugerem que o tempo e a frequência do impacto dos asteroides na Lua podem ter sido espelhados na Terra.

“Combinámos uma vasta gama de técnicas analíticas microscópicas, modelação numérica, e levantamentos geológicos para determinar como estas contas microscópicas de vidro da Lua foram formadas,” afirma Nemchin.

“Verificámos que alguns dos grupos etários das esferas de vidro lunares coincidem precisamente com as idades de alguns dos maiores eventos da cratera de impacto terrestre, incluindo a cratera de impacto Chicxulub, responsável pelo evento de extinção dos dinossauros”, acrescenta o investigador.

“O estudo também descobriu que grandes eventos de impacto na Terra, tais como a cratera de Chicxulub há 66 milhões de anos, podem ter sido acompanhados por uma série de impactos menores. Se isto estiver correto, as distribuições etárias do impacto na Lua podem ter informações valiosas sobre o impacto na Terra ou no sistema solar interno”, sublinha ainda Nemchin.

Futuros estudos comparativos podem dar mais informações sobre a história geológica da Lua, segundo a co-autora Katarina Miljkovic, também do SSTC de Curtin.

“O passo seguinte seria comparar os dados recolhidos a partir destas amostras do Chang’e-5 com outros solos lunares e idades das crateras para descobrir outros eventos de impacto significativos a nível da Lua que, por sua vez, possam revelar novas provas sobre os impactos que possam ter afetado a vida na Terra”, conclui Alexander Miljkovic.

Alice Carqueja, ZAP //

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