Agricultor está em greve de fome devido a uma disputa judicial com o Estado há vários meses, sendo esta a terceira vez em oito meses que se manifesta.
Luís Dias, agricultor que se encontrava em greve de fome há 22 dias, foi hospitalizado no final do dia de ontem, de acordo com o vice-presidente da associação Frente Cívica João Paulo Batalha, no Twitter. “Já sentia dores desde ontem e seguramente não terá sido fácil ver hoje António Costa mentir no Parlamento e assumir que lhe é indiferente se o Luís vive ou morre”, pode ler-se numa mensagem, citada pela Renascença.
De facto, a situação foi abordada no Parlamento ontem, após Rui Tavares, do Livre, ter confrontado António Costa com as reivindicações do agricultor. Na resposta, o primeiro-ministro afirmou nada poder fazer, apesar de ressalvar que o seu gabinete tem estado em contacto com o agricultor. “O senhor não tem razão, não há nada a fazer. É muito simples”, resumiu.
Esta declaração foi comentada pelo próprio Luís Dias antes da sua hospitalização. “Nunca pensei que o Primeiro-ministro pudesse mentir a meu respeito em pleno plenário. Só posso concluir que realmente planeia deixar-me morrer“.
Tal como relembra a mesma fonte, o agricultor está em greve de fome devido a uma disputa judicial com o Estado há vários meses, sendo esta a terceira vez em oito meses que manifesta o seu descontentamento por via de uma greve de fome.
A história remonta a 2017, quando o agricultor alega que uma tempestade lhe destruiu uma propriedade, motivando um pedido de ajuda ao Estado para danos causados por catástrofes naturais. O Ministério da Agricultura avaliou a situação e, após dois anos, desbloqueou um apoio de 140 mil euros, que o agricultor diz não ter recebido.
No ano passado, entre maio e junho, Luís Dias esteve 28 dias seguidos em greve de fome, manifestando-se “contra a indiferença destrutiva do Estado”. No início do ano, uma aproximação do Governo colocou fim a outra greve de fome de Luís Dias.
