Presidente do Banco Alimentar propõe pedagogia que ajude cidadãos a gerir apoio de 125 euros

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RTP / Flickr

A presidente do Banco Alimentar contra a Fome, Isabel Jonet

A presidente do Banco Alimentar contra a Fome alertou que o apoio de 125 euros para quem receba até 2.700 euros pode não ser o mais ajustado. Mas “todas as ajudas são muito bem-vindas”.

A presidente do Banco Alimentar contra a Fome alertou esta terça-feira que o apoio de 125 euros para quem receba até 2.700 euros pode não ser o mais ajustado e propôs pedagogia para ajudar as famílias a gerirem o dinheiro.

Em declarações à agência Lusa, Isabel Jonet começou por referir que perante a situação das famílias que passam mais necessidades, “todas as ajudas são muito bem-vindas” e que o pagamento de 125 euros a todas as pessoas que ganhem mensalmente até 2.700 euros brutos “vem compensar um pouco os acréscimos dos produtos básicos”, como a alimentação, o gás, a luz ou o valor da renda.

Sublinhou, no entanto, que se trata de uma ajuda única, paga apenas no mês de outubro, quando a perspetiva futura é de que o valor da inflação não diminuía e que, por isso, as famílias continuem a ter necessidades.

Admitiu que é uma medida “muito boa neste momento“, mas demonstrou dúvidas sobre se é ou não a mais adequada em termos estruturais, já que “é um alívio imediato”.

“Quando se atribui uma ajuda deste tipo, única, é importante fazer uma pedagogia e explicar às pessoas que não podem ir gastar estas verbas todas de uma só vez até porque isso pode ter um efeito que é contrário ao nível da inflação”, defendeu Isabel Jonet, sustentando que um aumento de procura de determinados produtos pode levar ao aumento dos respetivos preços.

A presidente do BA defendeu, por isso, que é preciso ter o “cuidado” de explicar às pessoas que esta ajuda serve para compensar o aumento dos preços, mas que não se perspetiva que essa realidade se altere no curto prazo.

“As famílias têm de perceber que têm de ajustar os seus consumos e as suas necessidades a esta nova realidade”, sublinhou, acrescentando que esse trabalho de pedagogia deveria ser feito pelo próprio Governo.

Isabel Jonet disse que gostaria de ver anunciadas medidas mais estruturais e que espera que o Governo tenha outro tipo de planos e de medidas a adotar tanto de apoio às famílias como às empresas, lembrando que, em relação a estas últimas, “há trabalho fazer em matéria de empregabilidade e de promoção das pessoas”.

A responsável referiu também não compreender a razão pela qual os pensionistas com pensões “de 4.000 e 4.500 euros também receberem uma ajuda de metade da pensão”.

“Há aqui um desajuste entre a ajuda que é dada aos pensionistas quando às famílias que têm mais encargos e têm filhos não foi dado o equivalente, tendo sido dado 50 euros por cada filho uma vez”, criticou.

Lembrou que um pensionista com uma pensão de 5.318 euros — o valor máximo abrangido pelo apoio de meia pensão pago em outubro — receberá mais de 2.500 euros de ajuda, o “equivalente a 20 famílias que muitas vezes têm filhos”.

“Há aqui uma desproporcionalidade entre os escalões mais altos dos pensionistas e as famílias mais carenciadas, com encargos maiores e outro tipo de necessidade”, apontou.

Para a responsável será inevitável multiplicar o apoio dado às famílias, tendo em conta que a situação não irá alterar-se brevemente e a inflação continuará a aumentar, à qual se junta o aumento das taxas de juro.

Isabel Jonet lembrou, a propósito, que o aumento da inflação não é apenas consequência da guerra na Ucrânia, mas também “de todo o dinheiro que foi injetado na economia durante a pandemia”, sublinhando que “se a guerra acabasse a inflação não descia de um dia para o outro”.

Defendeu, por isso, medidas mais estruturais por via fiscal que ajudem a classe média porque esta “vai ser sobrecarregada com impostos”.

Criticou aquilo que chamou de medidas assistencialistas, que só vêm prolongar a pobreza, apontando que em Portugal “há quase um incentivo às pessoas quererem mais apoios sociais e menos responsabilidade na própria vida”.

// Lusa

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6 Comments

  1. Em termos de pedagogia , a Sra. I . Jonet , tem a recomendação adequada que jà vem de longe ; Com 125 Euros a mais nas Pensões mais baixas , não se pode comer bifes todos os Dias !

  2. Afinal em que ficamos!, falta pouco para a Sra. Jonet pedir ao governo para fazer a gestão do dinheiro dos pobres, coitados, vão gastar tudo de uma vez em vinho. Esta senhora é execrável.

  3. Esta Senhora do banco alimentar, coitada. Vesse que está habituada a lidar com muito pouco dinheiro, e por isso, acha que 125 € é um enorme valor, que deveria obrigar a que alguém, ajudasse as famílias a gerir tamanha quantidade de dinheiro. Até porque é um valor, que dá perfeitamente para, quem recebe, pagar esse prestigioso serviço. Coitada desta Senhora! Não estará ela a passar fome e tem vergonha de dizer?

  4. Apenas para corrigir um pequeno erro: Fundador do Banco Alimentar foi o Padre Antônio Vaz Pinto e o seu Irmão José, a Senhora Jonet entrou já muito tempo depois do Banco estar a funcionar.Boa noite, Maria Rosário cortez

    • Cara leitora,
      Obrigado pelo reparo.
      No entanto, não temos nenhuma indicação na notícia de que o BA tenha sido fundado por Isabel Jonet — que é sempre referida como presidente da instituição.

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