A divisa europeia voltou a desvalorizar face à moeda norte-americana, tendo chegado a um mínimo das últimas duas décadas esta terça-feira.
O euro voltou a bater um recorde mínimo dos últimos 20 anos face ao dólar esta terça-feira. A moeda europeia caiu 0,4% e um euro vale agora 0,9899 dólares, numa altura em que os receios de que a Rússia corte o abastecimento de gás à Europa e as previsões poucos animadoras para a Zona Euro preocupam os investidores.
Os preços do gás natural e da electricidade estão a bater novos recordes depois de a empresa estatal russa Gazprom ter anunciado que vai voltar a suspender o fornecimento de energia à Europa através do gasoduto Nord Stream a partir de 31 de Agosto, o que está aumentar ainda mais a insegurança dos investidores.
Há já três meses consecutivos que o Euro está em queda em relação ao dólar, tendo o seu valor já descido 2,7% só em Agosto, lembra o Financial Times. Para além das preocupações com a economia europeia, as subidas das taxas de juro da Reserva Federal norte-americana também estão a alimentar esta situação, já que têm tornado o investimento no dólar mais apelativo.
No último mês, o índice do dólar, que compara a moeda norte-americana com seis outras, já subiu 2,8% e o crescimento ultrapassa os 7% nos últimos três meses. Os analistas também não antecipam que o Banco Central Europeu adopte medidas tão radicais como a Reserva Federal para defender a sua moeda, devido ao risco de que uma grande subida repentina das taxas de juro acelere uma recessão.
Um relatório relativo à actividade económica na Zona Euro em Agosto foi também divulgado esta terça-feira e revelou que houve uma quebra no sector privado, isto após o índice de gestores de compras composto ter caído de 49,9 no mês anterior para 49,2 — o valor mais baixo deste Fevereiro de 2021.
Este cenário negro para a divisa europeia pode ainda agravar-se ainda mais. Os investidores aguardam agora pelo discurso do presidente do banco central dos Estados Unidos, Jerome Powell, na conferência de Jackson Hole esta sexta-feira, onde se espera que o responsável reforce o seu compromisso com a subida das taxas de juro para tentar travar a inflação.