Banco Central Europeu está “encurralado”. Preço do barril vendido em dólares e aumento das taxas de juro originam consequências para a população.
Era impensável há um ano ou dois mas aconteceu: o euro a valer menos do que o dólar.
A tendência de aproximação entre as duas moedas começou no ano passado mas, nos últimos meses, com a guerra na Ucrânia, o “fosso” foi diminuindo ainda mais.
Até que desapareceu mesmo: nesta terça-feira e nesta quarta-feira houve momentos em que as cotações mostraram mesmo um dólar a valer mais do que um euro.
O dia fechou com as moedas quase iguais, com um euro a valer 1,01 dólares – refira-se que o dólar tem subido em relação a quase todas as moedas.
Edgar Caetano, jornalista de economia no jornal Observador, explicou a origem desta reviravolta: “A Reserva Federal dos Estados Unidos da América reconheceu muito mais cedo do que o Banco Central Europeu (BCE) que a inflação não era um fenómeno temporário. Era mais do que isso”
Por isso, desde Junho de 2021, subiu juros, foi abandonando os estímulos com intervenção no mercado de dívidas e noutros mercados.
Do outro lado do Oceano Atlântico, em Novembro de 2021, Christine Lagarde comentou que seria muito difícil subir as taxas de juro ao longo de todo o ano 2022, na Europa. Até ficou no ar a sugestão de que esse aumento nem em 2023 iria acontecer.
“Logo na altura percebeu-se que isso não iria acontecer e nem foi preciso a guerra na Ucrânia para mostrar que as inflações na Europa eram temporárias. A guerra veio exacerbar a subida dos preços, não veio criar“, avisou Edgar, na rádio Observador.
Agora o BCE está “encurralado” porque, nas últimas décadas, se as economias apresentassem recessões ou perigos de abrandamento, poderia aumentar estímulos, baixar juros. “Mas agora o BCE não pode desapertar a política monetária. Pelo contrário, só pode é fazer o contrário: subir as taxas de juros”
“Com uma inflação de 8%, não estamos num caminho óptimo”, avisou o especialista, numa altura em que ainda não há previsão de recessão na Europa, mas há sinais que apontam para um abrandamento económico muito rápido. E é mais provável uma recessão na Europa do que nos EUA.
Os contextos políticos dos países europeus, como os dos países endividados, também são relevantes na actuação do Banco Central Europeu.
A entidade procura encontrar solução para a inflação mas não quer levantar o problema da crise da dívida. O BCE deve anunciar na próxima semana um programa que envolva compra de dívidas de países mais pressionados.
Em relação a impactos no dia-a-dia das pessoas, o “efeito mais imediato e fácil de identificar é que, se o factor principal da inflação é a energia, e a energia é comprada em dólares, mesmo que o preço do barril de petróleo baixe, não quer dizer que o preço baixe para os europeus“.
Um segundo efeito, indirecto mas que as pessoas devem sentir mais, é o aumento taxas de juro: também aumentam as prestações de créditos para quem tem taxa de crédito variável.
“Não se fazem previsões mas não é fácil antever uma recuperação muito rápida na Europa”, avisou Edgar Caetano.
E lamentavelmente,é assim que vai continuar.
É isto que interessa ao americano….
Basicamente quem está ganhar com guerra na Rússia são os Estados Unidos.
A Europa está a ser comida de cebolada neste novo xadrez porque quem nos representa está a fazer o jogo da marioneta Biden. Empobrecer toda a gente para implementar uma nova ordem