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Bloco e PCP querem taxa extraordinária sobre lucros “obscenos” da Galp. PSD está contra

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Manuel Fernando Araújo / Lusa

Luís Montenegro, líder do PSD

Bloco de Esquerda e PCP defendem uma taxa extraordinária sobre os lucros “obscenos” da Galp, considerando que são “um achincalhamento” dos sacrificios que o país tem feito. PSD é contra porque as “empresas já pagam muitos impostos”, segundo Luís Montenegro.

Os lucros apresentados pela Galp no primeiro semestre do ano, de 420 milhões de euros, são “um achincalhamento” dos sacríficos que o país tem feito, considera o Bloco de Esquerda (BE) que desafia o Governo a avançar com uma taxa sobre os lucros extraordinários.

“É um número obsceno”, considera o líder parlamentar bloquista, Pedro Filipe Soares, numa declaração aos jornalistas no Parlamento, salientando que este “lucro extraordinário” surgiu “exactamente no período em que os combustíveis ficaram mais caros”.

“É curioso” que a Galp tenha dito que “o resultado económico da sua actividade decorre da captura das condições favoráveis do mercado“, diz ainda o parlamentar, notando que o Governo disse que “iria olhar com atenção para as margens das empresas no sector dos combustíveis”. Contudo, até hoje não o fez, constata ainda.

Pedro Filipe Soares nota que o Executivo socialista “tem instrumentos jurídicos e não os usa” e frisa que a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) “nada faz”.

Assim, o líder parlamentar do BE desafia o Governo a avançar com a taxação sobre os lucros extraordinários de empresas como a Galp, seguindo o exemplo de países como Espanha ou Itália que já o anunciaram. A ideia é que essa taxa reverta “a favor do Estado para políticas públicas de resposta” à crise provocada pela inflação, refere.

O BE quer que esta taxa seja inscrita no Orçamento do Estado para 2023.

Este partido pretende ainda que o Governo aja “sobre as margens de formação sobre os preços dos combustíveis”, instrumento de que o executivo dispõe desde que foi aprovado “há um ano na Assembleia da República”, lembra o líder parlamentar do BE.

PCP fala em lucros reais de 713 milhões de euros

Também o PCP se junta a este apelo para taxar os lucros extraordinários da Galp, bem como de outras empresas. Os comunistas falam, em nota no seu site oficial, numa “justa indignação” com os números divulgados, considerando que “420 milhões de euros num único semestre” é “um número impressionante”.

“Mais impressionante seria o número se a Comunicação Social tivesse optado por destacar a quantificação desses lucros de acordo com as regras internacionais de contabilidade (IFRS), pois os valores aumentam para os 713 milhões de euros de lucros, mais 207% que em igual período de 2021″, vinca ainda o PCP.

Este partido lamenta ainda que a própria Galp reconheça que estes resultados se devem ao “ambiente internacional favorável”, ou seja, “às guerras, às sanções e à inflação galopante”.

Uma justificação que o PCP considera “chocante” e “reveladora da natureza desumana do capitalismo”, lembrando as “vítimas directas causadas pelos conflitos em curso na Ucrânia, na Somália, no Iémen, na Síria e em tantos outros países”.

Assim, o PCP entende que está em causa um “inaceitável movimento especulativo em torno dos preços” e acusa o Governo de ter assumido uma política “completamente errada”.

“A redução parcial de impostos que se verificou está, na prática, a alimentar os lucros destas empresas e os apoios atribuídos a alguns sectores ficam muito aquém da escalada de preços verificada”, consideram os comunistas.

Deste modo, o PCP apela ao Governo para que tome medidas que travem “a especulação com o preço dos combustíveis”, designadamente a “fixação de preços máximos”.

Além disso, os comunistas defendem a “taxação extraordinária dos lucros extraordinários que as petrolíferas estão a realizar com a especulação, a guerra e as sanções” e o “fim da dupla tributação do IVA sobre o ISP”.

O PCP também quer que o Governo avance para a “recuperação do controlo público da Galp“.

PSD diz que “empresas já pagam muitos impostos”

Do lado do PSD, o presidente Luís Montenegro defende que as empresas em Portugal “já pagam muitos impostos” e, por isso, está contra a criação de uma nova taxa sobre os lucros extraordinários em sectores como a banca ou as energéticas.

“Era se calhar muito mais popular – e demagógico – dizer que se deviam taxar estes rendimentos excepcionais, mas infelizmente vivemos num país onde todas as empresas já pagam muitos impostos, como o IRC, a derrama estadual, derrama local, e, no caso do sector energético, uma contribuição extraordinária suplementar que no Orçamento deste ano será de 125 milhões de euros”, refere Montenegro.

Assim, “não há justificação para criar mais impostos e será um sinal incorrecto aos que investem no sector da energia em Portugal”, diz o presidente do PSD.

“Havendo lucros superiores haverá também uma arrecadação de impostos superior“, aponta ainda.

Em Abril passado, Rui Rio, ex-presidente do PSD, tinha dito concordar com a possibilidade avançada pelo ministro da Economia de taxar lucros conjunturais que pudessem acontecer em alguns sectores devido ao contexto de guerra na Ucrânia. Mas Montenegro ressalva que “o PSD nunca teve essa opinião em termos finais”.

ZAP // Lusa

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10 Comments

  1. Bloco e PCP querem taxa extraordinária sobre lucros obscenos da Galp?
    Nah.
    O que o Bloco e PCP querem é uma taxa obscena sobre os lucros extraordinários da Galp.

  2. Já sabemos de que lado está o SR. Montenegro
    Lembram-se aonde ele estava quando foi para fazer o corte e criar impostos aos trabalhadores e reformados ?

  3. Para umas coisas querem mercado livre de forma a baixarem preço mas para outras querem preços regulados…
    o valor por si só é elevado. de forma a melhor se entender este valor deveria ser indicada a percentagem de lucro face à faturação da empresa ou até face ao valor da empresa.
    Se no final do exercicio estivermos a falar de uma margem de 5% face ao volume de faturação ou 5% face ao valor dos ativos da empresa a margem não é nada de extraordinário.
    Relembro ainda que o governo de Passos criou uma sobretaxa extrardinária sobre os combustiveis e o governo do PS em colaboração com o PCP e o Bloco de Esquerda tornaram essa sobretaxa definitiva. Por isso antes de falaram olhem para o umbigo…
    Ou então o Genro do outro que meta mais umas lampadas em Setubal para receber um pouco mais…

  4. Vivemos numa sociedade capitalista? Sim? Não!!!!!!!!
    Vivemos é numa sociedade de capitalismo selvagem em que o poder político-legislativo tudo permite de forma a uns se perpetuarem no poder e outros ansiosos por o tomarem, garantindo que quando existe essa alternância político-partidária os que saem têm a garantia das grandes empresas capitalistas para onde irem com chorudas contrapartidas e os outros danados por não serem eles… Bem haja a esta elite que nos governa de dentro e de fora dos partidos com o beneplácito consentimento popular dum povo que tudo come e engole porque acredita estar em democracia.

  5. Montenegro não tem razão neste caso e trata-se de um comentário meramente eleitoralista, o que não é de estranhar. Se as empresas já pagam muitos impostos, convém lembrar que também os portugueses os pagam, embora tenham dos vencimentos mais baixos da zona euro.
    Haver empresas portuguesas a alcançar enormes margens de lucro, é um bom sinal para a nossa economia e seria desejável que esse crescimento se pudesse multiplicar por muitas mais que, em consequência, iriam certamente aumentar as possibilidades de mais emprego e maior riqueza nacional.
    Mas a riqueza nacional só será palpavel se esse dinheiro for posto ao serrvfiço da economia do país.
    Como assim?
    Considerando a actual conjuntura dos mercados e a volatividade das oportunidades que surgem em consequência de variados factores, como por exemplo a guerra, existem, como se vê, empresas com tendência para beneficiar largamente desta situação.
    E é óptimo para essas empresas.
    Todavia, o sucesso só poderá acontecer, se essas mais valias forem postas ao serviço do país.
    Nas empresas de grande dimensão, com capacidade para gerar grandes lucros em curto espaço de tempo, deveria o governo, a bem do país, estabelecer uma tributação extraordinária sobre os lucros excepcionais dessas empresas. Uma taxa a determinar, que iria contribuir para um maior folgo, com o objectivo de melhorar, progressivamente, a forma de viver de Portugal e dos portuguese. Uma taxa simbólica, permitiria arrecadar alguns milhões que, certamente, não iriam prejudicar os activos das empresas em questão.
    Não é preciso ser comunista ou de esquerda, para perceber que o imposto sobre lucros extraordinários, não é uma forma de penalizar as empresas. Bem pelo contrário, é uma forma de pôr essas empresas, também, ao serviço da comunidade, divulgando até públicamnete o seu notável contributo para o país.

    • Estou 100% de acordo com o ponto de vista explanado…É assim mesmo….Estamos, Povo Portugues, fodidos com este politico de algibeira, acabado de chegar ao poleiro. Com este tipo nunca fui à missa dele, nem nos tempos do Passos Coelho, embora na altura compreendesse algumas tomadas de posiçao deste senhor, porque sabia que só iria dizer o que o PPC lhe dissesse para dizer…e na altura era compreensivel, se queriamos mandar a troika embora

  6. Logo que se viu aquele quadro de pessoas inesquecíveis para os Portugueses, com o cabeça que segurou o Passos Coelho, ficou claro que iríamos caminhar em marcha a trás, nunca se pensaria e que depois da lição dos tempos que se seguiram a esse inesquecível governo do PSD de Passos Coelho, e mais recentemente os resultados das últimas eleições, o PSD fosse tão rápido nas suas intenções de fazer caminhar tudo para trás, mas enfim, é para a desgraça, prontos vamos pra desgraça, aos velhos tempos da miséria que a troika, o Sócrates, eram a desculpa, confirmando assim que é é a política de base destes dirigentes, que fique bem claro que é linha política que nada tem a ver com a Social Democracia, são apenas dirigentes de circunstância, espero que o PSD não acorde tarde de mais.

  7. O novo lider do PSD teve ser patrocinado pela GALP, ou então colhe diviodendos de acçoes, só assim compreendemos os atuial PSD, que pena…..Vai ser assim que o PSD vai morrer, só estão interessados nos privados, SAUDE, COMBUSTIVEIS, Eletricidade—–, que se foda o POVO, parvalhão que ao fim de 45 anos ainda não recolhece os nossos politicos de trazer por casa…Não sou chega, sou PSD, mas é desta com este lider que mudo pro CHEGA

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