A agência espacial norte-americana NASA anunciou que a missão que vai explorar o asteroide metálico Psyche 16, não vai acontecer em 2022, como planeado, devido ao “atraso da entrega do ‘software’ de voo” e do equipamento da nave.
A NASA não tem tempo suficiente este ano para concluir os testes necessários antes do lançamento, especialmente para verificar se o ‘software’ funcionará corretamente em voo, disse a agência espacial sediada em Washington, nos Estados Unidos, num comunicado.
O asteroide Psyche foi selecionado em 2017 como parte do programa Discovery da NASA, uma missão de baixo custo que usa Marte como “assistência gravitacional no caminho”, o que requer uma precisão extrema.
Os cientistas descobriram que o Psyche 16 é composto por metais pesados cujo valor se estima em 700 triliões de dólares – equivalente a 615 triliões de euros -, o que significa que poderia converter todos os habitantes da Terra em multimilionários.
Se pudéssemos de algum modo retirar estes minerais do asteróide e trazê-los à Terra, a nossa economia global comparativamente ínfima de 78 biliões de dólares provavelmente desmoronar-se-ia.
“A decisão de adiar a missão (cujo período de lançamento termina em 11 de outubro) não foi fácil, mas é certa”, adiantou a diretora do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, a cientista Laurei Leshin.
O lançamento da nave possibilitaria que chegasse ao Psyche em 2026, o maior asteroide metálico do sistema solar, que é rico em ferro e níquel e possivelmente com ouro no centro e novos metais.
A NASA apontou que existem possíveis períodos de lançamento em 2023 e 2024, mas as posições orbitais relativas de Psyche e da Terra determinam que a nave não chegaria ao asteroide antes de 2029 e 2030, respetivamente.
Agora, uma equipa de avaliação independente vai analisar as opções possíveis e os próximos passos, incluindo os custos estimados.
“A NASA leva muito a sério os seus compromissos de custo e cronograma de projetos e programas”, sublinhou o diretor científico da NASA, Thomas Zurbuchen.
Thomas Zurbuchen observou que todas as opções para a missão estão a ser avaliadas no contexto do Programa Discovery e que “uma decisão sobre o caminho a seguir será tomada nos próximos meses”.
O problema de compatibilidade do sistema com os simuladores do banco de testes do ‘software’ foi detetado no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, na Califórnia.
Esta complicação “foi identificada e corrigida”, mas, no entanto, “não há tempo suficiente para concluir uma verificação completa do ‘software’ para o lançamento este ano”.
O ‘software’ de navegação e orientação de voo da nave é responsável pelo seu controlo e por enviar dados e receber ordens da Terra.
Também fornece informações de trajetória para o sistema de propulsão elétrica solar da nave, que começa a operar 70 dias após o lançamento, explicou Thomas Zurbuchen.
Os custos totais da missão Psyche, incluindo o foguete, são de 985 milhões de dólares (933 milhões de euros).
ZAP // Lusa
Missão Psyche
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