Várias universidades não estão a abrir vagas nos cursos para alunos vindos do ensino profissional. A maioria da oferta é promovida por politécnicos.
Pelo terceiro ano consecutivo, decorre um concurso especial de acesso ao Superior para estudantes vindos do ensino profissional. No total, são 506 cursos, sendo que 75% da oferta é assegurada por politécnicos. Apenas as universidades do Porto, Algarve, UTAD, Açores, Madeira e ISCTE abrem este tipo de vagas.
No entanto, a maioria das universidades do litoral do país nem sequer estão a abrir vagas para esta via de acesso, avança o Jornal de Notícias. A razão para as universidades não estarem a aderir ao concurso prende-se com o facto de não terem problemas de procura.
“Não têm existido problemas de atratividade de candidatos através das restantes formas de acesso”, justificou vice-reitor da Universidade de Lisboa, João Peixoto, em declarações ao matutino.
Por sua vez, a Universidade de Coimbra diz que devem ser criadas condições assentes numa “reflexão interna de base e articulação efetiva com o Ensino Secundário e as escolas profissionais, que não foi ainda passível de uma plena concretização” devido à pandemia.
O Grupo de Trabalho de Acesso ao Ensino Superior reitera a sua recomendação de uma “campanha de comunicação e informação em determinadas áreas regionais”. A ideia é corroborada por José Luís Presa, presidente da Associação Nacional de Escolas Profissionais (ANESPO).
José Luís Presa argumenta que é preciso “um esforço maior em termos de divulgação e de alargar o leque das ofertas formativas”, salientando que os estudantes do profissional que entram no Ensino Superior “são depois considerados excelentes alunos”.
O primeiro concurso especial para titulares de cursos de dupla certificação e de cursos artísticos especializados terminou com 671 alunos matriculados dos 906 admitidos. Neste último ano letivo, candidataram-se perto de 2.500 alunos, resultando em 813 matrículas. Ficaram 68% das vagas por preencher.