Jogo com o Panamá nem começou, neste domingo. Uma das exigências está relacionada com igualdade de prémios para o futebol feminino.
Este domingo iria ser dia de jogo particular de futebol entre as selecções de Canadá e Panamá. Iria. Não foi.
O jogo nem começou porque os jogadores canadianos não apareceram.
Numa carta enviada a todo o Canadá, os futebolistas começam por lembrar que há quatro anos que tentam melhorar o panorama do futebol no seu país e admitem que esperavam que a recente qualificação para o Mundial 2022 iria ajudar nesse contexto.
“Mas não vimos mudanças. Onde está o progresso? Onde está o dinheiro?”, perguntam os jogadores, que se dirige directamente à empresa Canadian Soccer Business, que dirige os rumos da federação – e que, segundo os jogadores, “algemou” a federação.
“Porque a Federação Canadiana de Futebol abdicou da sua autonomia?”, perguntam.
Há três meses começaram reuniões entre futebolistas e federação, mas os responsáveis da entidade começaram a “adiar o processo e a tirar férias”.
Dado que não houve avanço nas negociações, os internacionais decidiram não jogar contra o Panamá – a quem pediram desculpa – e explicaram o que exigem para o futuro do futebol do Canadá.
Querem “transparência e revisão” do acordo entre a federação e a Canadian Soccer Business.
Esperam por uma liderança que possa “optimizar o momento positivo da selecção” e que gere receitas para aplicar no desenvolvimento da modalidade no país (novos relvados e aposta na juventude, por exemplo).
O futebol feminino é também tema forte no comunicado: “Precisamos de uma estrutura equitativa com a nossa selecção feminina, que divida os prémios de jogo, a percentagem de prémios de jogo nos Mundiais e que desenvolva a liga nacional feminina”.
Os prémios de participação no Mundial devem incluir 40% das receitas provenientes da presença no torneio.
Os futebolistas desejam também que a direcção da federação tenha mais antigos jogadores e jogadoras na sua estrutura.
“Não posso aceitar”
O presidente da Federação Canadiana de Futebol, Nick Bontis, já reagiu às exigências dos jogadores e assegurou que não tem margem para aceitar aquelas propostas.
“O meu trabalho como presidente é ter responsabilidade com a saúde financeira e estável desta organização. Tenho que pensar nos próximos 100 anos. E não posso aceitar essa oferta que colocaria a nossa entidade numa situação financeira insustentável”, explicou Nick.