A participação em gangues e a criminalidade violenta entre os jovens sofreram uma subida brusca em 2021. O Ministério da Administração Interna vai agora criar uma equipa para estudar o fenómeno e apresentar soluções ao Governo.
De acordo com o DN, António Costa está muito preocupado com o aumento da criminalidade juvenil que se notou em 2021. No ano passado, foram registados “810 crimes cometidos por menores de 16 anos, maioritariamente crimes contra pessoas e contra o património”, tendo sido “detidos 29 suspeitos” nesta faixa etária.
O Ministério da Administração Interna vai agora criar uma equipa especial multidisciplinar para estudar a subida dos gangues e crescendo de casos violentos e o uso de armas fatais entre os jovens entre os 12 e os 16 anos. O objetivo é a apresentação de soluções para estes problemas.
“Apesar de a taxa de criminalidade geral registada nos primeiros quatro meses de 2022 ser inferior à do período homólogo de 2019 (pré-pandemia), o que tem ocorrido nestes meses indicia ser praticada com maior severidade“, nota o gabinete de José Luís Carneiro.
Um fonte do Ministério revela ao DN que a tutela “está consciente que estes fenómenos – que incluem os que se integram no âmbito da delinquência juvenil – constituem um desafio que ameaça a tranquilidade social e exigem um esforço acrescido na adoção de soluções adequadas”.
A mesma fonte acrescenta que os objetos da análise são as “tipologias de crimes graves e violentos, o impacto da pandemia na saúde mental, os efeitos da pobreza e das desigualdades”.
Para além das forças de segurança e das entidades ligadas ao sistema educativo e da justiça, a equipa vai ainda incluir a Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa (ENSP/UNL).
A ENSP/UNL tem feito análises sobre o impacto da pandemia e dos sucessivos confinamentos na saúde mental dos mais jovens e o Governo procura assim incluir na equipa especialistas com uma visão mais aprofundada sobre estes efeitos.