Governo passa a ter diretor de comunicação para centralizar mensagem entre ministérios

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Olivier Hoslet / EPA

Nova figura vai reportar diretamente ao primeiro-ministro. Especialista em comunicação atribui nova estratégia do Governo à conjuntura especial que o país atravessa.

Depois de nos últimos governos António Costa ter tido a figura de secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, o atual Governo nomeou João Cepeda, antigo jornalista e até ao passado recente presidente da Time Out Market, para seu diretor de comunicação. Tal como explica o Público, tal deve-se à extinção do referido gabinete, que no passado fora ocupado por Tiago Antunes e anteriormente por Mariana Vieira da Silva.

A nova nomeação para diretor de comunicação do Governo é interpretada como uma tentativa de institucionalizar a comunicação política do elenco governamental, por exemplo, para que não haja três ministros a falar no mesmo dia. Por outras palavras, ainda de acordo com o Público, João Cepeda irá decidir quem diz o quê e quando. Numa altura em que a resposta à pandemia (ainda) e às consequências da guerra na Ucrânia são interministeriais, é ainda preciso gerir os canais comunicacionais nas redes sociais, nas plataformas digitais e também os esclarecimentos dados aos órgãos de comunicação.

Outra das tarefas que terá nas suas mãos será a preparação da comunicação em matérias centrais para o Governo, nomeadamente a recolha de dados e argumentos, nos momentos em que uma nova medida importante seja lançada.

Este papel não vem substituir os assessores de imprensa, ainda assim. Na realidade, João Cepeda vai coordenar as equipas e trabalhar a comunicação de todos os ministérios, com o objetivo de sofisticar a mensagem e a visão. Este trabalho será feito em estreita coordenação com o primeiro-ministro, a quem reporta diretamente.

Na visão de Manuel Meirinho Martins, professor catedrático do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas e coordenador da pós-graduação em Comunicação e Marketing Político na mesma instituição, este novo cargo é sinónimo de que a comunicação “passa a estar institucionalizada”, reforçando que “este modelo tem a vantagem de assumir institucionalmente o que é”. Para o especialista, a decisão pode ser atribuída à “conjuntura complexa” que o país vive: “o PS tem maioria absoluta, o Plano de Recuperação e Resiliência para executa, ainda existe pandemia de covid-19 e vive-se uma guerra”. Como tal, sublinha, a existência de um “contexto diferente que justifica uma articulação maior que agregue a comunicação do Governo”.

ZAP //

3 Comments

  1. A tão desejada comunicação social livre, foi o maior bluff da Revolução dos Cravos, herdamos uma comunicação social viciada, que nunca Ousou pela sua independência, pela sua liberdade, os Portugueses pagam uma televisão e Rádio para não depender do capital privado,e poder assim ser livre,verdadeira,independente, mas consegue ser pior que a comunicação social dependente do capital privado,dos acionistas,dos Grupos de interesses, impedindo assim que os portugueses tenham comunicação social isenta, e verdadeira, serve tal e qual ou pior, os interesses de interesses, do sistema,dos grupos económicos e políticos, é a ordem dos médicos,dos enfermeiros os sindicatos,etc, não tendo um jornalismo que saiba o que é informar,o que é informação de serviço público, o que é isenção, não me recordo já há quantas décadas na comunicação social não existe uma reivindicação,um conflito de empresas, uma destabilização social, penso que é o único sector de atividade em que tudo está bem,quando devia ser o contrário, comunicação social livre precisa-se.

    • Deves ser pouco lerdo, deves….
      Portugal está no top10 da maior liberdade de imprensa do mundo!!
      Diz lá que país achas que está melhor do que Portugal para a malta se rir….

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