Volodymyr Zelenskyy pediu uma resposta forte dos aliados ao ataque de ontem, que causou 10 feridos e uma morte.
A cidade de Kiev foi alvo de bombardeamentos durante a tarde de ontem, ao mesmo tempo que António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, e Volodymir Zelenskyy, presidente ucraniano, estavam reunidos com o objetivo de acordar os últimos detalhes da operação que esta sexta-feira tentará evacuar civis da cidade de Mariupol.
Segundo o jornal Público, os ataques resultaram do lançamento de dois mísseis a partir da Crimeia, os quais atingiram Lukianivka, no sudoeste de Kiev. De acordo com o Serviço de Emergência da Ucrânia, do ataque russo resultaram dez feridos. Um terceiro míssil parece ter sido interceptado pelas baterias anti-aéreas que protegem a capital. A agência de notícias Associated Press avança ainda com a existência de um morto decorrente dos ataques.
Esta manhã, a Rússia, através do seu ministro da Defesa, confirmou a destruição de uma fábrica de mísseis antiaéreos, em Kiev na tarde de ontem.
Numa reação aos acontecimentos, António Guterres ressalvou que “o que importa não é se o secretário-geral está, ou não, na capital ucraniana. O importante é que houve um ataque.” Deixou ainda apelos para que a cidade fosse “poupada”. Também Dmitro Kouleva, ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, recorreu ao Twitter para classificar o ataque como um “ato hediondo de barbárie“, destacando que este ocorreu precisamente quando o secretário-geral da ONU e o primeiro-ministro búlgaro estavam em Kiev. “A Rússia demonstra, mais uma vez, a sua atitude em relação à Ucrânia, à Europa e ao mundo”.
Também Mikhail Podoliak, conselheiro de Zelenskyy, condenou a ação, refletindo que “ontem António Guterres estava sentado na longa mesa no Kremlin e hoje explodem mísseis em cima da sua cabeça“.
Posteriormente, também Volodymyr Zelenskyy reagiu aos ataques, apontando que estes “dizem muito sobre a atitude da Rússia para com instituições internacionais” e sobre “os esforços da liderança russa para humilhar a ONU e tudo o que a Organização das Nações Unidas representa”. Pediu, por isso, uma “resposta forte“, cita o Observador.
Já sobre a reunião com António Guterres, o presidente ucraniano confirmou que um dos tópicos da conversa teve que ver com a segurança dos civis em Mariupol. Avançou ainda que tem esperança que a intervenção da ONU possa organizar uma retirada em segurança. “A Ucrânia está preparada para estes passos. Mas também é necessário que o lado da Rússia considere este assunto sem cinismos e realmente faça o que diz.”
Guerra na Ucrânia
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