Fontes sociais-democratas asseguraram ao jornal Público que a posição de Rui Rio numa reunião com a sua bancada parlamentar pode ter influenciado o resultado da eleição.
O chumbo do nome de João Cotrim de Figueiredo para vice-presidente da mesa da Assembleia da República foi uma surpresa para muitos, que não viam paralelo entre as posições da Iniciativa Liberal e do Chega (cujos candidatos já tinham recusa praticamente garantida) que pudessem justificar os votos brancos e nulos. Após a votação, sociais-democratas e socialistas envolveram-se em troca de acusações sobre qual bancada tinha sido responsável pelo sucedido.
Eurico Brilhante Dias, líder parlamentar dos socialistas, sugeriu que tinham sido os deputados do PSD a inviabilizar o nome, acusação que mereceu resposta por parte de Rui Rio, no Twitter. “Para o PS, perante o chumbo de dois candidatos numa mesma eleição, num caso é um resultado natural, no outro há culpados. Culpados… de votarem. Curiosíssima interpretação de um partido que tem um número de deputados suficientes para sozinhos conseguir eleger todos os candidatos.”
No entanto, o jornal Público avança com outra versão dos factos, a de que na reunião da bancada social-democrata Rui Rio terá revelado aos seus deputados que a Iniciativa Liberal estava a negociar nos bastidores a possibilidade de sentar na primeira fila do hemiciclo alguns dos seus representantes, concertando-se com o PS, ficando um lugar da banca do PSD.
Esta movimentação segue-se ao acordo do PS, que aceitou ceder três lugares ao PCP e dois ao Bloco de Esquerda para existir uma separação em relação aos socialistas. Na reunião, Rui Rio terá mesmo dito que simultaneamente decorria uma conferência de líderes para acertar a questão dos lugares, com a Iniciativa Liberal a insistir nos três lugares da primeira fila. Desta forma, um dos seus oito deputados teria que se sentar na bancada do PSD.
Segundo os relatos, o ainda líder dos sociais-democratas não terá dado instruções diretas para que os deputados laranjas votassem contra o nome de Cotrim de Figueiredo para vice-presidente da mesa da Assembleia da República, mas a intenção parece ter ficado clara. Alguns dos presentes afirmaram mesmo ter mudado o sentido de voto para a eleição que se realizou no dia seguinte.
O líder da Iniciativa Liberal acabou por não ser eleito com 108 votos a favor, 110 brancos e seis nulos. Ao jornal Público, fontes sociais-democratas confirmam que os acontecimentos da reunião podem ter influenciado o resultado da eleição.
Obviamente…
ah pois… a IL já mete medo ao PSD….