Nuno Melo, eurodeputado do CDS-PP, apresenta, neste sábado, a sua candidatura à liderança do partido na sede centrista, em Lisboa, com um objectivo claro em mente: “devolver o CDS ao Parlamento”.
A candidatura de Nuno Melo era esperada, mas ainda não estava definitivamente confirmada, depois de o eurodeputado ter dito aos jornalistas e perante o Conselho Nacional centrista que seria candidato à liderança “a menos que algo de extraordinário aconteça”.
Dois dias após as eleições legislativas em que o CDS-PP perdeu a sua representação parlamentar, Melo já tinha admitido a possibilidade de ser candidato à liderança, se conseguisse garantir “condições institucionais”. “O CDS não acaba aqui”, garantia também.
Hoje será feito o anúncio oficial da candidatura, mas Nuno Melo já tem estado a mexer-se nos bastidores.
O Expresso avança que o eurodeputado está a organizar “uma convenção programática” para o próximo mês de Março, onde pretende “definir a sua moção”. Nuno Melo já fez convites nesse sentido, refere o semanário.
O eurodeputado acredita que é “o melhor candidato para o CDS por ser, no novo quadro político, o único centrista com palco de nível nacional e europeu”, aponta ainda o Expresso.
As três prioridades de Nuno Melo
Para já, Nuno Melo tem três prioridades: “não perder um segundo com ajustes de contas”, “voltar a afirmar o CDS como um partido de bandeiras e de quadros de excelência” e modernizar o partido no quadro do centro-direita, colocando-o no “espaço político entre PSD e Chega”, como destaca o Expresso.
O objectivo máximo é “devolver o CDS ao Parlamento”, como já referiu o eurodeputado que vai manter o seu lugar no Parlamento Europeu, mesmo que seja eleito presidente do CDS.
A missão de recuperar os dissidentes
Uma das missões de Nuno Melo será também fazer regressar alguns dos peso-pesados do partido que se afastaram durante a liderança de Francisco Rodrigues dos Santos.
O Novo atesta que o eurodeputado quer contar com “milhares de militantes e simpatizantes que nunca saíram, e muitos outros que, tendo tido diferentes decisões eleitorais por circunstâncias de conjuntura, pretendem” voltar ao CDS.
“Em conjunto, devolveremos o CDS ao Parlamento e ao lugar que justifica na nossa democracia”, considera o candidato citado por este jornal.
Na semanada passada, o Conselho Nacional do partido marcou o Congresso para 2 e 3 de Abril, em local ainda a definir.
A entrega das moções globais tem de ser feita até 15 de Março e estas devem ser subscritas por 300 militantes.
A eleição dos delegados concelhios e regionais decorre no dia 12 de Março, entre as 16 e as 20 horas, por escrutínio secreto e em listas plurinominais nas respectivas Assembleias Concelhias, Conselhos ou Comissões Directivas Regionais, devendo as candidaturas ser apresentadas até dez dias antes do acto eleitoral.
O 29.º Congresso do CDS-PP vai eleger o sucessor de Francisco Rodrigues dos Santos que se demitiu da presidência do partido e não se recandidata, após os resultados eleitorais que deixaram o partido sem qualquer deputado.
ZAP // Lusa