Não houve invasão russa, até agora, mas muitos ucranianos (e ucranianas) já se preparam para ajudar num eventual conflito.
O ambiente tenso entre Rússia e Ucrânia prolonga-se há anos mas aumentou, ao longo das últimas semanas. A sensação de guerra iminente instalou-se mas os sinais provenientes da Rússia não são claros. Há dezenas de milhares de militares russos junto à fronteira com a Ucrânia (e novos helicópteros terão chegado a essa zona, nesta terça-feira), mas oficialmente não há qualquer “aviso de guerra”.
Mesmo sem o início de qualquer conflito, muitos ucranianos estão a preparar-se para a guerra. Se as autoridades russas alegam que os tais militares estão perto da fronteira para realizarem exercícios militares, há centenas ou milhares de ucranianos que também estão a realizar exercícios militares em Kiev, como preparação para conflitos.
O portal Business Insider salienta esta preparação ucraniana, que reúne arquitectos, banqueiros e dentistas, entre outras profissões. A Rússia tem um poder militar bem superior ao da Ucrânia – mas os ucranianos terão mais de 4 milhões de armas em casa (muitas delas não registadas).
“Vamos lutar, se algo acontecer. O nosso povo está pronto para lutar. Haverá tiros provenientes de todas as janelas, se os russos aparecerem”, avisou um oficial ucraniano, à CNN.
Um dos participantes nos «treinos», o arquitecto e sargento Denys Semyroh-Orlyk, deixou um aviso ao presidente da Rússia, Vladimir Putin: “Nós nunca nos iremos render. Estamos a aproveitar todas as oportunidades para treinar. Por isso, acho que Vladimir Putin deveria ter medo de nós”.
Nos treinos, os civis ucranianos aprendem a utilizar armas, a executar tácticas e manobras de combate e a dominar outras técnicas no terreno.
No entanto, a prioridade destes exercícios não é criar militares que respondam imediatamente a uma eventual invasão russa; o objectivo é aumentar o contingente militar ucraniano, para haver uma colaboração com os militares já existentes.
Noutra cidade, Kharkiv, há uma reunião semanal entre mulheres, que também se preparam para uma guerra, aprendendo a utilizar armas.
Uma das voluntárias é Viktoria Balesina. A professora de ténis de mesa justificou a sua presença, à agência Associated Press: “Esta cidade precisa de ser protegida. Precisamos de fazer alguma coisa. Precisamos de não entrar em pânico e não vamos cair de joelhos”.
Não houve?!
A Crimeia e algumas cidades do leste da Ucrânia discordam!…