Com uma população mais envelhecida e uma natalidade em quebra, espera-se que até 2025 os adultos ultrapassem as crianças como maiores consumidores de fraldas no mercado chinês.
O mercado das fraldas na China está prestes a viver uma grande mudança — e não, não é por causa do fim da política do filho único, pelo contrário. Até 2025, os idosos podem ultrapassar os bebés como os principais utilizadores de fraldas.
De acordo com o Financial Times, que se baseia em dados de analistas e produtores, o envelhecimento da população e a quebra nas taxas de natalidade são as razões por detrás deste fenómeno.
As estimativas apontam para que até 2050, 330 milhões de chineses tenham mais de 65 anos. Do outro lado, a natalidade está a cair, tendo atingido o seu nível mais baixo desde 1952. Em breve, as necessidades dos idosos são sobrepor-se às das crianças.
A mudança demográfica está a levar a que os produtores de fraldas já estejam a planear a mudança na estratégia de marketing e a começarem a apontar a mira a um novo público-alvo.
É este o caso da Unicharm, um dos principais vendedores de fraldas na China. Fontes da empresa revelam ao Financial Times que a equipa já está a investir mais dinheiro no marketing para adultos do que para crianças.
Já o dono de uma fábrica de fraldas em Hubei conta que depois de ter passado a dedicar-se à produção para adultos, o aumento na procura foi notório.
Espera-se que o mercado de fraldas para adultos na China chegue aos 30 mil milhões de dólares em 2040, segundo a CLSA.
Um estudo de 2020 já tinha concluído que muitas mulheres chinesas sofrem de algum grau de incontinência urinária. Quase 61% das chinesas com 60 ou mais anos de idade viviam com esta condição em 2019.
No entanto, continua a existir um estigma em relação ao uso de fraldas na idade adulta. A Reuters tinha já revelado que dois produtores de fraldas — Essity e Kimberly-Clark — estimavam que apenas metade dos 400 milhões de adultos que sofrem com incontinência estão a comprar os produtos certos devido à vergonha.