Além de duas derrotas nos últimos cinco jogos, as consequências dos casos de coronavírus podem estar a mudar o ambiente em Munique. Treinador garante união.
O “rolo compressor”, a “máquina avassaladora”, os “imbatíveis” de Munique. Expressões utilizadas – e com lógica – para descrever o Bayern Munique, até ao final de Outubro. Mas, nas últimas semanas, três situações mudaram o ambiente.
Até ao dia 27 de Outubro o campeão alemão tinha perdido apenas uma vez, em 14 jogos. Venceu quase todos os outros e a maioria com direito a goleadas (o Benfica que o diga). Mas o Borussia Mönchengladbach travou o Bayern, e de que maneira, com uma vitória por 5-0 na Taça da Alemanha. Seguiram-se três triunfos, o último apertado, e no último jogo mais uma derrota; e contra o Augsburgo, que estava em zona de descida de divisão.
Logo a seguir, a terceira situação e talvez a que vai abalar mais o plantel de Munique: os sete casos positivos de COVID-19.
Numa altura em que a Alemanha apresenta registos cada vez mais preocupantes (e já há confirmação de estádios sem público ou com limite de adeptos), Joshua Kimmich, Serge Gnabry, Jamal Musiala, Eric Maxim Choupo-Moting e Michael Cuisance apresentaram testes positivos. Nenhum deles está vacinado.
Todos estão em quarentena, todos são baixas para os próximos jogos mas, mais do que isso, a direcção do Bayern decidiu seguir uma nova lei nacional, que prevê a possibilidade de a empresa reduzir o salário de um funcionário não vacinado que fique em isolamento.
Assim, os cinco jogadores não vão receber o salário relativo aos dias em que não treinarem, nem jogarem.
Joshua Kimmich, que disse publicamente que não se tinha vacinado contra a COVID-19, poderá apresentar um processo em tribunal contra a direcção do seu clube.
E, assim, está criado o “caos” no Bayern, escreve o jornal Bild, que avança que esta decisão pode originar frustração dentro da equipa.
O treinador Julian Nagelsmann rejeitou essa ideia, na antevisão ao duelo com o Dínamo Kiev, a contar para o grupo do Benfica na Liga dos Campeões: “Temos de estar uns para os outros. Isto não vai quebrar a equipa. Há que crescer a partir disto”.
Nagelsmann lamentou que esta informação tenha sido publicada em tantos jornais: “Não estou feliz, certas informações internas não deveriam sair daqui. Informações sobre coisas privadas, sobre o coronavírus, o motivo, o que eles têm que pagar, o que eles recebem e o que não recebem. Não são coisas que põem em risco o nosso sucesso desportivo, mas seria bom se fosse um pouco mais fechado. Faz parte do negócio, mas não é a parte boa do negócio”.
Niklas Süle e Josip Stanišić, vacinados, também apresentaram teste positivo.
O próximo jogo do Bayern está marcado para esta terça-feira, diante do Dínamo Kiev. Os alemães já estão apurados para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões.