Descrições insólitas de Perry Ng, que não teve qualquer hesitação em criticar as tácticas – ou a sua ausência – de Mick McCarthy.
Mick McCarthy é um nome muito conhecido no futebol irlandês e britânico. Enquanto jogador, foi figura no Barnsley e representou depois o Manchester City e o Celtic, por exemplo.
Jogou dezenas de vezes pela selecção nacional da República da Irlanda (apesar de ter nascido em Inglaterra) e, mais tarde, foi seleccionador nacional da Irlanda durante oito anos, não consecutivos.
Já em 2021, logo em Janeiro, estreou-se num clube do País de Gales quando foi contratado pela direcção do Cardiff City.
Grande início: dois empates nos dois primeiros jogos, mas depois seis vitórias consecutivas. Sete triunfos e zero derrotas nos 11 primeiros compromissos pelo novo clube. Renovação de contrato imediata.
O contrato anterior, de Janeiro, era de apenas cinco meses, válido somente até ao final da época passada – e entretanto muitos adeptos do Cardiff devem ter lamentado que esse contrato não tenha sido o único de McCarthy.
A nova temporada no Championship, segunda divisão nacional, não começou mal: só uma derrota nas seis primeiras jornadas. Mas a partir da sétima ronda…o cenário descambou. Oito derrotas seguidas – um registo inédito na história do clube galês.
À oitava derrota consecutiva, a direcção não esperou mais e decidiu afastar Mick McCarthy do cargo, num acordo entre as duas partes.
E ainda bem, afirma o jogador Perry Ng: “Isto era horrível. Não era um bom sítio para se estar. Ninguém estava confiante e ninguém sabia realmente o que era para fazer em campo”.
O defesa inglês, que chegou ao Cardiff City três dias antes de McCarthy, admite que no início o trabalho daquela equipa técnica foi “magnífico” e aumentou a crença dos jogadores. Mas depois, explica ao jornal Daily Mirror, “não houve evolução, não havia sistema de jogo, não havia identidade. E isso foi um problema”.
“Na verdade, nós não tínhamos um plano B. Era sempre jogo directo, lutar por cada bola, não havia táctica. As outras equipas perceberam isso e levavam a melhor. Sem a bola não estávamos mal, pressionávamos os adversários; mas com a bola, não sabíamos onde era suposto estar ou o que era para fazer“, acrescentou Perry.
Steve Morrison passou de treinador-adjunto para treinador-principal. Para já, tem um registo equilibrado: um empate, uma derrota e uma vitória (a primeira vitória em quase dois meses).
“Foi uma lufada de ar fresco e agora estou muito entusiasmado em relação ao futuro. Acho que estamos todos nas nuvens e entusiasmados”, admitiu o defesa do Cardiff.
Apesar das oito derrotas consecutivas, o Cardiff não está na zona de descida de divisão: ocupa o 20.º lugar, com mais três pontos do que a primeira equipa que aparece nessa zona perigosa.