Paulo Rangel apresentou esta tarde formalmente a sua candidatura à liderança do PSD e afirma que tem todas as condições para unir o PSD e vencer as eleições legislativas em 2023.
Em conferência de imprensa, o eurodeputado não deixou margem para dúvidas sobre ao que os seus objetivos e o futuro da política em Portugal.
“Tenho todas as condições para unir o PSD, para promover o seu crescimento realizando a sua tradicional vocação maioritária e para vencer as eleições legislativas de 2023, com uma solução de governo estável”, garantiu Rangel, citado pelo Observador.
Num discurso marcado pelas críticas ao estado do país, Rangel caracterizou Portugal como uma “sociedade aristocrática, tipicamente elitista, com grande resistência à mobilidade e à ascensão social, com elevados níveis de reprodução e ampliação das elites, das elites de todo o tipo: económicas, sociais, culturais”.
“Portugal é um país pobre, profundamente desigual, sem igualdade de oportunidades, onde o elevador social só funciona para pessoas com capacidades excecionais, mas não serve as cidadãs e os cidadãos médios que arrancam dos níveis mais baixos da sociedade. Temos de criar as condições para que todos os portugueses possam subir na vida”, referiu o social-democrata.
Neste sentido, Rangel enumerou os três desafios que o PSD terá pela frente se quiser voltar a ser uma alternativa credível de poder aos olhos dos portugueses: agregar, fazer oposição responsável e construir um projeto claro.
O candidato à liderança do partido deixou ainda algumas críticas a Rui Rio: “Nos últimos anos, o PSD não foi capaz de promover o diálogo, o consenso e a cooperação interna”.
Paulo Artur dos Santos Castro de Campos Rangel tem 53 anos, e iniciou a atividade política em 2001, com a redação do programa de candidatura do atual presidente do partido Rui Rio, então candidato à Câmara Municipal do Porto apoiado por PSD e CDS-PP.
ZAP // Lusa
O diagnóstico de Rangel mostra clarividência, mas isso não chega. O prognóstico é desmedidamente ambicioso: unir o PSD? Isso não é possível e duvido que seja desejável?; todas as condições para derrotar o PS em 2023? Não me parece. E, ao assumir publicamente a sua homossexualidade, as sua condições reduziram-se significativamente, uma vez que a sua área eleitoral é profundamente conservadora e tradicionalista.
Rangel não é o líder futuro. Pelo menos, não é o líder de que o PSD precisa.