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Rio pede adiamento das diretas no PSD. Quer estar em condições de combater “taco a taco” com o PS

ppdpsd / Flickr

Rui Rio, líder do Partido Social Democrata (PSD)

Rui Rio, líder do PSD

O Conselho Nacional do PSD reúne-se esta quinta-feira, com a marcação das diretas e do Congresso na agenda. Rui Rio fez um pedido de última hora para que só aconteça depois da votação do Orçamento do Estado. O objetivo é que o partido possa disputar “taco a taco” com o PS, no caso de eleições antecipadas.

Na noite desta quarta-feira, e pouco depois de a direção do partido ter proposto a realização das eleições diretas a 4 de dezembro, Rui Rio defendeu o seu adiamento, de forma a que só aconteça depois da votação do Orçamento do Estado para 2022.

“Eu entendo que o PSD e particularmente o seu Conselho Nacional deviam ponderar muito bem se devem efetivamente marcar as eleições diretas ou Congresso para estas datas ou, se o Conselho não der antes, não marcar as eleições e adiar para um novo Conselho a reunir depois da votação do Orçamento do Estado”, disse, citado pelo Expresso.

O líder do PSD pôs a hipótese de um chumbo do documento, alertando que o PSD, nesse cenário, será “apanhado em plenas diretas” e “completamente impossibilitado de disputar as eleições legislativas taco a taco”.

“É em parte do interesse do PSD mas também do interesse de Portugal, porque penso que se tivermos eleições legislativas, os portugueses querem um PSD em condições de combater o PS e fazer umas eleições perfeitamente normais, coisa que será muito difícil se o Conselho Nacional não ponderar isso”, explicou o social-democrata.

Questionado sobre se se sente em condições de disputar legislativas antecipadas, Rio foi categórico. “Claro, isso é evidente, sou o líder do partido, fui candidato a primeiro-ministro em 2019. Depois de sair das autárquicas, será ainda mais fácil.”

Rui Rio foi também ao encontro das declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, reafirmando que a “última coisa que é aconselhável ao país, neste momento, é uma crise política“. No entanto, rejeitou que o voto do PSD conte para a viabilização do Orçamento do Estado.

“Estamos completamente livres para podermos votar o Orçamento em consciência, apenas pelo seu conteúdo. Essa estabilidade tem de ser garantida pelo PS, BE e PCP. Fosse Presidente, fosse primeiro-ministro, tudo faria para evitar essa crise política. Fosse o líder do BE ou do PCP, dada a responsabilidade em todo este trajeto desde 2015, não me considerava fora de responsabilidade desta crise política. A antiga Geringonça ou a nova geringonça tem de ter sentido de Estado”, considerou.

Na quarta-feira à tarde, a direção enviou aos conselheiros a proposta de realização das eleições diretas para escolher o presidente do PSD para 4 de dezembro (dia do aniversario da morte do fundador Francisco Sá Carneiro), com uma eventual segunda volta no dia 11, caso nenhum candidato obtivesse mais de 50% dos votos.

A proposta da Comissão Política Nacional apontava para a realização do 39.º Congresso do PSD entre 14 e 16 de janeiro, em Lisboa, numa antecipação de cerca de um mês em relação aos dois anteriores atos eleitorais internos.

Os conselheiros nacionais receberam, além desta proposta, uma “hipótese de cronograma”, em que as diretas se realizariam em 8 de janeiro (com eventual segunda volta dia 15) e o Congresso entre 4 e 06 de fevereiro.

No entanto, a direção frisava que a segunda hipótese só seria votada em caso de chumbo da primeira (e não em alternativa), por entender “não servir os interesses do partido” e prolongar “por demasiado tempo o momento do ato eleitoral, prejudicando toda a atividade política, com o consequente desgaste político natural resultante destes atos eleitorais”.

Liliana Malainho, ZAP // Lusa

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