O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu esta segunda-feira que o país deve manter-se livre de crises políticas até 2023, mas considera difícil deixar de se fazer uma discussão sobre a reforma do Estado até essa altura.
“Em termos de reajustamento do Estado, penso que dificilmente se poderá deixar de fazer uma discussão até às eleições legislativas de 2023”, começou por dizer Marcelo Rebelo de Sousa, que discursava na cerimónia de encerramento da Conferência Dia Mundial do Turismo, em Coimbra.
Para o chefe de Estado, “há temas que não podem deixar de ser discutidos”, tais como “o papel a dimensão do Estado, os vários níveis de Estado e o destino da descentralização”.
“Não vale a pena escamotear esse debate, qualquer que seja a conclusão”, asseverou, salientando ainda a necessidade de também se refletir sobre o relacionamento do Estado com a sociedade civil, por ser por aí “que passa a reforma do Estado”.
“Estamos a começar a aplicar o Plano de Recuperação e Resiliência e os Fundos Europeus. Os próximos anos são fundamentais. Portanto, crises políticas nos próximos anos não fazem sentido”, argumentou, citado pelo Jornal de Notícias.
“Naquilo que depender do presidente da República, importa que haja Orçamento do Estado para o próximo ano e para 2023”, voltou a lembrar.
Usando o exemplo de um novo aeroporto de Lisboa, o chefe de Estado referiu que o país precisa de “preparar já”, e não apenas para quando for necessário — “só quando voltar a haver turistas” –, projetos de grande magnitude.
Marcelo disse ainda que não lhe agrada a ideia de poder “terminar o mandato presidencial sem que uma matéria que vinha de mandato presidencial anterior tenha sido equacionada, decidida e objeto, sendo esse o caso, de começo de execução”.
“Já não ouso dizer de concretização plena de execução, coisa que diria sem qualquer dúvida há uns tempos atrás”, sublinhou.
Sobre a construção da nova infraestrutura aeroportuária, o Chefe de Estado referiu que se conhecem as “vicissitudes por que passou” e que, numa visão de curto prazo, “já não é um problema tão premente”.
“Uma visão de médio/longo prazo já não se pode compadecer com esta visão de curto prazo. Continua a ser um problema urgente, porque importa ainda tomar a decisão e urgente porque importa dar passos prévios à tomada de decisão e urgente porque entre a tomada de decisão e a concretização do que vier a ser decidido ainda passam alguns anos”, disse.
Já quanto aos resultados das autárquicas, referiu que não ia comentá-los. “Nem onde já fui autarca [comento]”, referiu.
Sofia Teixeira Santos, ZAP // Lusa
Está certo. Ele recusa crises políticas, porque tem medo de deixar o Costa sozinho, e porque sabe que a fúria do indiano poderia despoletar uma situação que ele, Marcelo, não sabe resolver, pois é um dos piores políticos da História!