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Autárquicas: Rui Moreira reeleito no Porto, mas com maioria em risco

José Coelho / Lusa

Rui Moreira apresenta a sua recandidatura à Câmara Municipal do Porto

A sondagem ICS-ISCTE, divulgada pela SIC, projeta uma vitória confortável de Rui Moreira no Porto. A sondagem indica que o atual autarca terá entre 39,2 e 44,2%.

De acordo com as primeiras projeções, o resultado obtido por Rui Moreira pode, ainda assim, não garantir a autarca a reeleição com maioria absoluta, segundo avança o jornal Público.

Seguem-se Tiago Barbosa Ribeiro (PS) — entre 16,5 e 20,5% —, Vladimiro Feliz (PSD) — entre 15,1 e 19,1% —, Ilda Figueiredo (CDU) — entre 5,6 e 8,6% —, Sérgio Aires (BE) — entre 4,9 e 7,9%, Bebiana Cunha (PAN) — entre 2,0 e 4,0% — e António Fonseca (Chega) — entre 1,5 e 3,5%.

A confirmarem-se as previsões, Rui Moreira soma 5 a 7 mandatos; o PS soma 2 a 4 mandatos; o PSD soma 1 a 3 mandatos; a CDU e o BE somam 1 a 2 mandatos cada; e o PAN e o Chega ficam a zeros.

Neste momento da noite eleitoral, o Bloco de Esquerda está “otimista” quanto à possibilidade de eleger o seu primeiro vereador na Invicta. Mário Moutinho, mandatário da candidatura de Sérgio Aires, comentou, após as primeiras projeções divulgadas pelas televisões, as “boas notícias”, ressalvando que se tratam, ainda assim, de “resultados ainda muito iniciais“. “Significa que fizemos um bom trabalho e estamos otimistas”, disse Moutinho.

Apesar da troca da acessa troca de argumentos que marcou a campanha eleitoral para a Câmara do Porto, a vitória de Rui Moreira nunca esteve realmente em causa e em terreno de ser discutida. O independente, que nesta eleição contou com o apoio do CDS e da Iniciativa Liberal.

Ao longo do segundo mandato, Moreira preferiu esconder o jogo sobre a possível recandidatura, mas a pandemia e o processo judicial do caso Selminho — no qual o autarca portuense será julgado depois de o Tribunal de Instrução do Porto ter decidido, a 19 de maio, dar seguimento à acusação do Ministério Público que imputa a Moreira o crime de prevaricação, ficando no ar a possibilidade de perda de mandato — terão sido essenciais para a decisão de avançar.

Durante a campanha, as principais críticas que lhe foram dirigidas tinham que ver sobretudo com a habitação social — com os adversários a reclamar mais oferta por parte da câmara.

O centro de vacinação no Queimódromo do Porto, o único de índole privada no país e que recebeu ordem de encerramento após uma falha técnica ter colocado em causa a eficácia do processo e das doses administradas. Rui Moreira, o rosto da iniciativa, apelou à reabertura da infraestrutura, mas tal nunca aconteceu por decisão da task-force dirigida pelo vice Almirante Gouveia e Melo.

Em 2013, com o apoio do CDS, que teve direito a um vereador, Rui Moreira foi o primeiro independente eleito presidente da Câmara do Porto, com 39,25% dos votos. O resultado obtido permitiu eleger seis vereadores, ficando a um mandato de obter a maioria absoluta, vencendo também as eleições para a Assembleia Municipal e em cinco das sete Juntas de Freguesia.

Já em 2017, com uma candidatura assente em “contas à moda do Porto”, o independente conseguiu 44,5% dos votos, conquistando a maioria absoluta na vereação da Câmara Municipal, ao eleger sete vereadores.

No campo dos adversários, Tiago Barbosa Ribeiro surgiu como candidato do Partido Socialista depois de o nome de Eduardo Pinheiro, a primeira escolha do secretário-geral do partido, ter sido recusada pela concelhia do Porto.

Ainda assim, o deputado à Assembleia da República afirmou nunca ter sentido falta de apoio por parte da direção do partido, tendo tido a companhia de António Costa na última ação de campanha, na Alfândega do Porto, na passada sexta-feira, a qual encerrou a agenda socialista.

Do lado do PSD, a escolha de Vladimiro Feliz terá partido do presidente do partido, Rui Rio, com os dois a terem trabalhado juntos durante os dois mandatos do segundo na Câmara do Porto.

Durante a campanha eleitoral, muitas das ações de campanha de Feliz tiveram precisamente como objetivo reviver esses 12 anos, já que foram muitos os momentos que o candidato aproveitou para mostrar obra feita.

Uma das poucas dúvidas que ainda reside quanto à noite eleitoral do Porto diz respeito, precisamente, ao resultado de Vladimiro Feliz: conseguirá o antigo vice de Rui Rio um resultado melhor do que o alcançado por Álvaro Almeida em 2017, 10,39%? As primeiras projeções (entre 15,1 e 19,1%) parecem indicar que sim.

Ana Rita Moutinho, ZAP //

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