A última fase de desconfinamento está prestes a chegar. O momento foi ansiado por muitos portugueses que agora vão podem ter mais liberdade no seu dia a dia. Especialista refere que este passo é essencial.
Ao Público, Bernardo Gomes, médico de saúde pública, sublinha a importância das medidas apresentadas por António Costa.
“O balanço é favorável e é preciso ter em atenção que não podíamos aceitar continuar com os estabelecimentos noturnos fechados com [quase] 85% da população vacinada”, começa por referir o especialista, destacando que, na sua opinião, “o ponto de partida para a abertura é correto” e que o plano do Governo, em termos gerais, “foi uma opção equilibrada”.
Para o professor da Universidade do Porto, o facto do Rt e o nível de incidência estarem mais baixos podem justificar esta maior abertura. Ainda assim, realça que “até dia 1 de outubro falta cerca de uma semana e só 15 dias depois [do levantamento das restrições] é que se poderá observar um eventual aumento da infeciosidade e do Rt”.
Significa isto, explica Bernardo Gomes, que o país tem ainda “três semanas de latência face a uma eventual mudança de padrão”. “Julgo que há alguma margem para experimentar”, conclui.
O médico de saúde pública salienta o facto de haver “um determinado conjunto de locais em que o uso de máscara é obrigatório”, nomeadamente “em espaços fechados em que as pessoas passam muito tempo ou serviços públicos e sítios com pessoas vulneráveis, como lares e unidades de saúde”.
Quanto à abertura dos bares e discotecas mediante a apresentação de certificado ou teste negativo à covid-19 — algo que deixa de ser exigido no acesso aos restaurantes —, Bernardo Gomes explica que se trata de uma “questão de probabilidades”.
A exigência do certificado de vacinação permite “reduzir probabilisticamente a infeção dentro de um espaço que tem todas as características para que isso aconteça”. Por outro lado, “coloca muita responsabilidade nas discotecas para efetivamente verificarem os certificados”.
A transição de um regime de obrigatoriedade para um regime de responsabilidade individual “era expectável”, segundo o especialista
O médico de saúde pública sublinha ainda a importância do processo de vacinação contra a gripe, de “assegurar as doses de reforço [da vacina contra a covid-19] para quem for preciso.