O exército nigeriano anunciou hoje pela primeira vez que o líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, está morto, revelando que os militares mataram um sósia que se fazia passar pelo comandante ativista.
O porta-voz do ministério da Defesa, Chris Olukolade, disse à imprensa, em Abuja, que um combatente islâmico de grandes barbas identificado como Mohammed Bashir morreu durante combates na cidade de Konduga, no estado de Borno.
Bashir, que se dizia ter vários nomes falsos, “tinha-se feito passar, em vídeos, pelo falecido Abubakar Shekau, a excêntrica personagem conhecida como líder do grupo”, acrescentou.
O anúncio assinala a primeira vez que o exército da Nigéria afirma publicamente que Shekau está morto, depois de duas declarações anteriores de outras fontes da segurança de que ele teria morrido, em 2009 e em 2013.
Os militares nigerianos não precisaram, contudo, quando é que Shekau foi morto.
Já este ano, a porta-voz da polícia secreta da Nigéria, Marilyn Ogar, declarara que “o verdadeiro Shekau está morto” e que a pessoa que aparecia nos vídeos era um impostor.
Olukolade disse hoje que o nome Shekau se tornou “um nome simbólico para os terroristas”.
“O exército nigeriano continua determinado a fazer justiça a quem quer que assuma essa designação ou título, bem como a todos os terroristas que tentam violar a liberdade e o território da Nigéria”.
O exército nigeriano tem estado sob pressão para retomar território perdido para os combatentes islâmicos do Boko Haram no extremo nordeste do país, nas últimas semanas, e indicou que tem realizado “operações coordenadas por terra e ar” para fazer recuar os ativistas.
Têm sido manifestados receios da potencial perda de controlo do Governo na região, depois de o Boko Haram ter anunciado, no mês passado, que a conquistada cidade de Gwoza, no estado de Borno, era parte de um califado islâmico.
O porta-voz do ministério da Defesa nigeriano declarou que, durante os combates dentro e à volta de Konduga, vários combatentes do Boko Haram foram capturados, juntamente com o respetivo equipamento, ao passo que, noutro local, grandes grupos deles se terão, alegadamente, rendido.
/Lusa